Às nove da noite, a campainha tocou. Nessa gritou um eu abro. Quando cheguei na sala para ver quem era, me deparei com Henry.
– Eu falei que não queria a sua ajuda.
– E eu falei que isso era problema seu. - rebateu.
Revirei os olhos.
Meu celular vibrou ao receber uma nova notificação.
Uma mensagem de Eros. A localização da corrida.
Me lembrei de tirar o estúpido emoji de coração vermelho do seu nome hoje mais cedo.
– Quando você me falou dessa história do Eros hoje cedo, eu achei que era piada. – tio Victor falou, intercalando o olhar entre eu e Henry.
– Mas não é. Preciso ir. – falei, passando as mãos suadas pela calça jeans preta.
Henry pôs o braço na porta, bloqueando a saída.
– Nós precisamos ir.
Respirei fundo e o encarei, com os olhos semicerrados.
– Eu te odeio, muito.
– O sentimento ainda é mutuo, Cachos.
Meu tio parecia apreensivo.
– Char, isso não vai dar certo.
– Treinador, eu prometo, se qualquer coisa acontecer você é a primeira pessoa para a qual vou ligar. – assegurei.
– Com sorte, você só vai precisar nos tirar da cadeia hoje.
Fingi que Henry não fez a piada e o puxei para fora de casa.
– Cadê a sua picape? – perguntei.
– Não vamos com a picape.
Ele apontou para uma Porsche preta estacionada do outro lado da rua. Meu queixo caiu.
– Você tem uma Porsche?! – exclamei.
Ele riu e me arrastou até o carro.
– Realmente achou que íamos correr e ganhar com uma picape? Sou melhor que isso, Cachos.
Algumas dezenas de quilômetros antes de chegarmos em L.A, um grupo de carros e adolescentes se formava no meio da estrada.
Notei o sorriso maldoso e arrogante nascer no rosto de Eros assim que nos viu. Ele tinha um cigarro aceso entre os dedos. Fiz uma careta ao sentir o cheiro desagradável de fumaça.
Todos os amigos esnobes e antipáticos dele estavam ali.
Eu odiava todos e cada um deles.
– Vocês vieram, que bom. Ela tá perto do meu carro.
Me segurei para não ficar ali e socar a cara do Leclerc, mas naquele momento, Vênus era mais importante.
Corri mesmo com as botas de salto, vi a mais nova sentada quase curvada numa pedra.
– V! – exclamei.
Seu olhar encontrou o meu e ela correu até meus braços. A abracei com força, pondo todo o meu amor ali, naquele gesto.
Agora, parecia mais fácil respirar, tê-la ali, comigo, era tudo que eu precisava.
– Ele te machucou? Tocou em você? Disse alguma coisa? – perguntei, seu rosto dentre as minhas mãos.
Ela negou. Seus olhos desfocados, parecia tão perdida, tão confusa.
Meu coração apertou.
– O que faz aqui?
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HEART RACE
RomanceCharlotte Perez-Peterson, uma estrela juvenil do kart, se muda para a Califórnia buscando o sucesso. Três anos depois, Charlotte percebe que a sua vida perfeita em San Diego não é exatamente o que parece. Principalmente quando se trata do seu coleg...