𝗣𝗥𝗢𝗣𝗢𝗦𝗧𝗔•• 𝗣𝗲𝗱𝗿𝗼 𝗚𝘂𝗶𝗹𝗵𝗲𝗿𝗺𝗲

³³ Guilherme em pausa

P E D R O

Entro no apartamento da Ester junto com ela no exato momento que um cachorro vem na minha direção, praticamente pulando em cima de mim.

— Messi, calma— ela diz e eu olho pro cachorro que tá com a língua pra fora e mostrando os dentes como quem tá dando a entender que vai me morder.

— E aí, garotão— tento amansar a fera, passando a mão em sua cabeça.

Quebrei a marra dele que se afasta de mim e vai até a Ester que se abaixa pra brincar com ele.

Ok, tô na casa dela novamente.

Subimos pela escada, eu realmente tô com trauma daquele elevador, vai que ele pare de novo.

— Ele não gosta de visitas— diz— mas parece ter gostado de você.

Não me arrisco em encher o saco dele, vai que decida me dar uma baita mordida.

— Vem cá, vou te apresentar o meu papagaio— pega na minha mão e sai me puxando.

Aproveito pra jogar minha mochila em cima do sofá.

Na varanda, vejo a gaiola gigante onde tem um papagaio dentro.

— Ele provavelmente não vai dizer nada agora porque é meio tímido.

— Também não gosta de visitas?— dou risada.

— Exato.

Me aproximo do papagaio e nem arrisco em colocar o dedo na grade, vai que ele me morda.

— Agora você não fala nada, né? Quer fazer a visita achar que é calminho, seu mentiroso!

Calma, ela tá falando isso pra uma ave?

— Otária.

Calma, espera aí, ele xingou ela de otária?

— Tá vendo como ele é? Só me xinga!

— Ok, ele tá chamou de otária.

Isso é bem estranho, tem um papagaio falando!

— Ester otária— continua e eu caio na gargalhada, não me aguentando.

— Pedro!

— Desculpa, mas não consigo— digo ainda rindo e ela dá uns tapas no meu braço— não me bate.

— Fica aí rindo de uma malcriação dessas, onde já se viu ficar me xingando de otária? Papagaio malcriado!

— Caralho, caralho, caralho— repete várias vezes.