A atração que sinto por aquele cara só aumenta a cada vez mais.
Em todos os momentos que olho pra ele imagino a gente fazendo muitas coisas juntos.
Eu quero aquele homem e vou tê-lo, ou não me chamo Ester Pereira.
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E S T E R
— Nao vai sair da cama?— ouço a voz do Pedro e deito de lado, olhando pra ele que acabou de entrar no meu quarto.
Ontem, depois daquilo tudo que rolou no carro, viemos aqui pro meu apartamento.
— Não.
Tô mortinha da Silva, ontem ele acabou comigo e eu tô impossibilitada de andar.
— Viu que o pessoal tá combinando de acampar?— caminha até a cama e se deita do meu lado, fazendo um carinho no meu rosto.
— Aonde?— deito a cabeça em seu peito.
— Em um parque aqui do Rio.
— Esse pessoal inventa cada coisa— dou risada.
Mas aí a ideia de estar dentro de uma barraca sozinha com o Pedro me agrada muitíssimo.
— Talvez seja legal— dou de ombros.
— Mas qual é a graça nisso?
— A aventura, ué.
— Já tô me aventurando muito.
— Pedro aventureiro— faço uma referência à Dora aventureira, nem eu que fumo maconha sou tão desligada igual aquela otária.
—Eu tô com fome— diz.
— Me come.
— Pelo amor de Deus, Ester— arregala os olhos e eu caio na gargalhada.
— Tô brincando, vai comer comida.
— Mas a gente tá na sua casa e eu tenho vergonha.
— Vergonha de que? Eu hein, vai lá na cozinha e pode mexer em tudo.
— Eu dei semente de girassol pro seu papagaio e ele me chamou de babaca.
Dou risada novamente, não tem como.
— É meu irmão que tá tornando meu papagaio assim.
— Vamos lá comigo?
— Vai lá, faz café pra gente.
— Eu?
— Sim, ué, por favoooor.
— Tá bom, vai, mas vai lá logo, tá?
— Tá bom, me dá um beijo— faço um biquinho e ele sela nossos lábios quando algumas vezes antes de se levantar e sair.
Como pode uma pessoa extremamente safada conseguir esconder que é assim? Eu sou safada e não nego, já o Pedro é uma caixinha de surpresa e me surpreende a cada vez mais.
