Capítulo 31

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No dia seguinte quando amanheceu o acampamento estava em polvorosa, todas as unidades estavam acordadas e indo de um lado para o outro organizando coisas.
O que era.
Incomum...
Os soldados estavam com uniforme completo? Blusas para dentro das calças? Cintos? Estreitos os olhos. Eu observava da abertura da tenda das curandeiras, coisas serem arrumadas. Tendas serem firmadas no lugar para consertar a parte torta. Cadeiras e mesas serem juntas, os soldados portavam bandeiras e faziam filas. Até os cozinheiros estavam com uniforme.
Alguém muito importante estava para chegar.
Uma voz esganiçada me tirou do transe. Um corpo de uma mulher esguia parada na minha frente.

- O que você está olhando? Por acaso não a trabalho para fazer? - Juno bateu palmas ressaltando a urgência.
Me virei para ela calmamente.
Isso a tirava do sério.
- Eu já acabei com tudo senhora. - Expliquei.
- Até com os lençóis? - Perguntou arrogante.
A megera buscava uma forma de me pegar na falha. Quando eu acabava uma coisa, ela me importunava com mais. Travávamos uma guerra silenciosa. Eu era eficiente, e terminava tudo que ela me pedia, com a mais fina disciplina e perfeição.
- Sim curandeira chefe. Se não tiver mais nenhuma atividade, eu vou me retirar senhora. Os carregadores precisam de mim. - Fiz uma breve reverência com a cabeça.

Relutante ela disse:
- Não. Esta dispensada. - Entrou na tenda com nariz em pé.
Cristie, a menina humana de onze anos, era sua nova prisioneira, coitada. Entrou na tenda atrás dela de cabeça baixa, carregando pergaminhos.
Mal sabia Juno, que ajudei os carregadores assim que o sol nascera, e estava livre para bisbilhotar. Uma trombeta soou em algum lugar e me apressei para entrar na multidão que se juntava no caminho.

- Ele chegou mais cedo. - Alguém falou na multidão. Busquei um lugar para observa a caravana que chegava.
Atrás do tablado toda unidade de contenção estava uniformizada, até Adam vestia a parte de baixo do uniforme do exército, mas ao invés da camisa militar, vestia uma camisa preta. Suas feições ainda estava meia destruída, mas ele parecia mais no controle de si mesmo. Brincava com um pequeno punhal elegante na mão esquerda para lá e para cá, o mesmo de ontem. Seu rosto estava sério.

Kay ao seu lado esquerdo estava com a roupa completa, o rosto erguido, as mãos atrás do corpo, era como uma estátua viva. Uma espécie de pulseira estranha adornava os seus pulsos e tornozelos acima da bota, era como um fecho, que impediam as luvas de saírem. Mais estranhas do que as que ele usava normalmente. Mais grossas. Eu havia visto aquelas pulseiras nele ontem, mas não dei importância.
Semicerrei os olhos para aquilo.

Conan ao seu lado, vestia o que queria. Usava suas roupas comuns. Ao contrário de todas as mulheres curandeiras ou ajudantes no acampamento, que deveriam usar vestido. E os suportes da unidade de contenção que atuavam no campo de batalha usavam calças. Mas todas, deveriam usar blusas até os cotovelos, espartilho, cobrindo o excesso de pele e gola alta.
Conan desfilava com uma mini blusa azul que expunha a barriga de fora e os ombros. - As Sacerdotisas arrancariam os olhos. - E ninguém lhe falava nada. Esboçava menos expressões do que eu achava que ela era capaz. Quem quer que estivesse vindo, sugava toda normalidade do ambiente.
Toda vida do acampamento.

A multidão se reunia na frente de um pequeno tablado que foi armado, e duas cadeiras elegantes demais estavam lá. Uma carruagem muito bonita passou por nós, ela tinha desenhos em espirais banhados a ouro, e um símbolo. Uma folha de outono com uma coroa em cima, adornavam as laterais.
Parou próxima ao tablado.
Todo mundo pareceu puxar o ar ao mesmo tempo quando a porta se abriu, e uma bota elegante apareceu, uma cabeleira ruiva saiu pela porta logo depois e todos se curvaram.
Me apressei em fazer o mesmo.

Ele caminhou lentamente até o tablado, o som da bota estalando na madeira oca era computado por todo mundo. E depois de alguns segundos, ele falou:
- Podem se levantar.
Todos soltaram o ar que estavam prendendo, e se ergueram do chão. Outros quatro homens todos uniformizados de forma muito diferente dos soldados - roupas feitas sob medida - e armados com espadas saíram de outra carruagem, subiram no tablado, e se colocaram em pé atrás dele.
Seus rostos sérios e fechados, nada amigáveis.
Todos ameaçadores.

O Festim dos OssosOnde histórias criam vida. Descubra agora