15 - Sem entender

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Marília:

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Marília:

Um dia antes...

Acordo... passo uma mão ao lado da minha cama, abro meus olhos vendo que realmente a morena já não estava mais ao meu lado, seu cheiro no travesseiro e lençóis se fazia presente. Sem nem perceber sorrio lembrando de tudo que vem acontecendo em minha vida, o tanto que queria fazer aquela morena marrenta feliz, o tanto que a cada momento eu queria ter ela a meu lado.

Depois de ir ao banheiro tomar um banho e fazer minhas higienes vejo que ela já não estava mesmo no quarto.

Acho estranho, estávamos tão bem pra ela sair assim sem dizer nada. Vou até o closet é visto uma roupa apropriada e fresquinha pra descer pra descer. O calor estava demais.

Assim que entro na cozinha dou de cara apenas com Luísa que tomava café enquanto mexia em seu celular de cabeça baixa.

— Bom dia!

Luísa sobe olhar pra me olhar.

— Até que enfim acordou bela adormecida.

— Viu Maraisa sair? Ela não falou nada comigo.

Luísa suspira.

— Marília... Maraisa saiu muito nervosa e chorando, Maiara até foi embora atras dela.

— O que? Como assim? Chorando por que?

— Eu não sei, e Maiara não me diz.

— Preciso ir falar com ela, será que fiz alguma coisa? Será que ela pensou bem e ficou com raiva por causa da Naiara? Preciso ir vê-la.

— Marília senta pra tomar café, melhor você não ir, Maiara me disse que é melhor dar um tempinho pra ela, ela não quer ver você.

— Então foi realmente algo que eu fiz Luísa. Preciso ir ver ela tentar resolver — Eu estava nervosa.

— Marília, Maiara disse que não é pra você ir, se não ela mesma vai te colocar pra correr de lá, disse pra você dar um tempo pra Maraisa se acalmar.

Como eu conseguiria dar um tempo sabendo que a mulher que sou apaixonada saiu chorando da minha casa por algo que eu tenho feito?

Bufo frustrada e me sento. Pego apenas um café.

— Ela estava bem nervosa quando saiu, acho que se fosse pela Naiara ela teria falado antes, Maraisa não é o tipo de mulher que guarda algo pra si. — Luísa quebra o silêncio.

— Luh, se não foi isso, eu não sei mesmo o que eu possa ter feito pra ter deixado ela tão nervosa. Tudo que eu quero é ter ela em minha vida... — Respiro e continuo — Maraisa carrega um fardo muito pesado, queria muito saber o que é pra poder ajudá-la.

— Relaxa, pelo que eu pude ver durante esse tempo que é que vocês se amam, se conectam, logo vão se resolver.

•••

Passei o dia tentando falar com Maraisa por mensagens e ligações, só que depois de um tempo percebi que ela havia desligado o celular pois só caía na caixa de mensagem. Eu estava extremamente nervosa e preocupada. O pior era o sentimento de não saber o que eu havia feito.

Daria essa noite pra ela e na manhã seguinte falaria com ela nem que fosse a última coisa que eu fizesse na vida.

•••

E claro que eu não havia pregado os olhos, passei a noite em claro tentando lembrar de qualquer coisa que eu possa ter feito, só que nada me vinha a mente, nada.

Tomo um banho rapidamente, faço minhas higienes, me visto, e desço. Ainda era bem cedo. Tomo café a força já que no dia anterior não havia comido nada, precisava de força.

E assim vou até o estábulo, eu mesma preparo minha égua e sigo caminho até a fazenda Pereira.

Sigo o caminho observando atentamente a paisagem, era relaxante.

Assim que chego, entro pelo portão e logo bato na porta, alguns segundos depois uma mulher que havia visto uma vez se não me engano abre a porta.

— Marília não é um bom momento— A mulher já sabia meu nome.

— Eu preciso falar com a Maraisa.

— Não Marília você não precisa, melhor vc ir embora — Maiara aparece.

Acabo entrando um pouco dentro da casa.

— Por favor Maiara chame ela. — Tento subir porém Maiara e a outra mulher me impedem.

— Marília eu não v...

— Vai embora eu não quero você aqui — Maraisa diz fria quase no topo da escada. 

— Maraisa por favor vamos conversar, o que eu fiz? — Pergunto tentando ver se ela dizia alguma coisa sobre.

— Tem certeza que não sabe? 

— Não, eu não sei.  — Respondo.

Ela parecia bem brava, seus olhos estavam diferentes, apagados. Não tinha visto tão assim antes nos quase dois meses que a conheço.

— Vai embora, não quero ver mais você, vai agora. 

Ela da as costas e da alguns passos deduzo que indo para seu quarto. 

— Maraisa, eu te amo.  — Sim, eu a amava, sentia que eu era feita pra ela e ela pra mim, algo dentro de mim dizia isso. Eu sentia isso. Era como se fosse de outras vidas.

Ela para onde está.

— Não, você não ama, mas uma mentira apenas — Sussurra, porém ainda consigo escutar.

Eu estava sem entender de o por que ela estar me tratando assim.

— Melhor você ir embora. — Me viro pra olhar a ruiva a meu lado.

— Maiara me diz o que eu fiz?

— Eu não tenho nada pra te dizer Marília.

Maiara vai até a porta e a segura me indicando que era pra sair, não resisto e saiu com lágrimas nos olhos.

Isso não podia estar acontecendo.

Vou até onde havia deixado minha égua e a monto, assim minhas lágrimas descem por meus olhos.

Não podia ser verdade o que estava acontecendo, não podia estar perdendo a mulher que amava por algo que eu nem sabia o que seria.

Sigo pela estrada de chão, pensativa. Não queria chegar em casa. Queria apenas entender algo que eu nem sabia. Paro perto do riacho, desmonto e fico olhando pro riacho, logo me sento em uma pedra e me permito chorar ainda mais.

Em pensamentos escuto um barulho alto de tiro, e sinto uma dor aguda nas costas. E apago...

Marcas do passado - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora