2 - Banho de lama

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Marília:

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Marília:

Depois de dormir como uma pedra, acordei com um raio de sol que batia em meu rosto me fazendo fechar novamente os olhos. Rolo na cama e me levanto. Vou para o banheiro fazer minhas higienes matinais, saiu do banho indo para o closet, visto algo apropriada para descer, afinal meu tio deveria ter alguns peões para cuidar dessas terras. Desço e a casa parecia vazia. Como qualquer coisa e decido sair um pouco dar uma volta pelos arredores da fazenda. Só tive tempo de constatar que havia chovido, porém ainda fazia calor, meu celular tocou e era minha funcionária e amiga.

— Oi Bruna.

— Mali... amiga isso aqui fica muito ruim sem você, fora que seu irmão não cuida como você, já estou com saudades. — Diz em uma só respiração. Pelo jeito fazia falta mesmo, talvez apenas pra ela.

Conheci a Bruna a alguns anos atrás, viramos amigas, ela vinha passando por alguns problemas então eu lhe dei um ótimo cargo na empresa, era muito minha amiga e de confiança, só que ao contrário de Luísa, Bruna eu também me afastei um pouco pra não acabar tratando-a mal como acabo tratando todos, já Luisa era bem bruta e se eu dou uma patada ela responde a altura. E falando nisso a mesma logo mais chega pra passar uns dias na fazenda.

— Isso que ainda é só a primeira semana longe. — Respondo minha amiga.

Quando sai de Los Angeles, fui pra Goiânia visitar minha família, e depois vim pra Alagoas.

— A M.Mendonça não é a mesma coisa sem você. — Escuto uma movimentação do outro lado da linha.

— Você dizendo assim logo eu vou voltar... — ouço algo chegar perto de mim e quando me viro dou de cara com um cavalo preto enorme e ele relincha alto — AHHH — tomo um baita susto caindo bem na lama — Mais que droga! — meu celular tinha caído na lama também. Quando levanto o rosto o sol me impedia de encarar a pessoa que estava em cima daquele cavalo. 

— MARÍLIA... MEU DEUS... MALI RESPONDE MULHER... — Ouvia a voz da Bruna alta pelo celular. 

— Merda! — pego o celular com a ponta dos dedos.

— Não foi minha intenção te assustar — uma voz rouca feminina surgi e então a vejo desmontar do cavalo. Quando o sol finalmente me deixou vê como ela era eu fiquei automaticamente encantada com a beleza da mulher. Ela tinha uma pele clara, cabelos negros e seus olhos eram castanhos escuros. Era ela a morena que havia visto antes. Maraisa.

Mas logo desperto do transe. 

— Bruna depois eu te ligo, quando você menos esperar eu volto — nem encostei o celular no ouvido apenas desliguei depois de falar aquilo. — Você me assustou com esse seu cavalo, devia tomar mais cuidado com ele. 

— O Tornado não faz mal pra ninguém – ela não tinha um sotaque muito puxado, vestia com uma Calça jeans apertada, blusa quadriculada, botas e aquele chapéu. Se bem que ela ficou bem com ele — Deixa eu te ajudar – ela esticou a mão para me ajudar a sair da lama, quando eu toquei em sua mão algo estranho aconteceu, seu toque era suave e firma. Foi uma espécie de corrente elétrica correndo pelo meu corpo.

Marcas do passado - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora