16 - Me afastar

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Narrador:

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Narrador:

— Sim eu matei ela.

— Maraisa onde ela está?

Maraisa fica calada. Estava nitidamente muito nervosa e cega pelos seus atos.

•••

Maraisa escuta uma movimentação na sala de casa. Poucos minutos depois ela desce.

Inacreditável, pensou com o que via.

A mulher que havia acabado de dar um tiro nas costas estava deitada sobre o sofá de sua casa apagada com um curativo sobre a cintura.

Saca sua arma que estava dentro de sua calça atrás. Aponta pra mulher apagada e deitada a sua frente, seu coração estava despedaçado, ela amava a loira, só que ela tinha que fazer justiça. Ela queria isso.

— Maraisa o que você está fazendo? — Olha pra Maiara.

— Você não podia ter feito isso comigo, por que trouxe ela pra cá?

— Maraisa abaixa essa arma.

— Não, eu vou terminar o que eu comecei, era pra ela estar morta. Você tá do lado da mulher que me fez tanto mal. Não da pra acreditar.

— Maraisa você tem noção do que você fez e tá fazendo? Eu não quero ver você ir apodrecer na cadeia. — Maiara toma a arma da mão de Maraisa.

— Não tô nem aí com a minha vida. Só quero terminar logo com isso... preciso ter paz... me devolve agora essa arma.

Maiara pensa alguns segundos e olha pra Larissa, Larissa também sabia de tudo.

— Ok então... olha pra ela — Maiara aponta o dedo pra Marília — se tem certeza que foi ela que fez tudo isso com você, se não resta dúvida nenhuma que foi ela, se você não a ama, se matar ela vai te trazer paz, vai atira. — Maiara suspira e entrega a arma pra Maraisa que pega e aponta pra Marília — Só que se você atirar e depois descobrir que não foi ela que fez todas essas coisas com você e com Sérgio, espero que você não se arrependa.

Maraisa fechou os olhos, apertou forte as mãos segurando a arma, respirou e soltou a arma sobre um armário ao lado e saiu do cômodo.

— Você tá doida de ter entregado a arma pra ela de volta? — Larissa esbraveja.

Maiara mostra as balas que havia tirado da arma antes de entregar pra Maraisa.

Larissa respira aliviada.

— Temos que levar Marília pro hospital antes que descubram que trouxemos ela pra cá, e antes que piore sua situação.

— Ok, vamos lá.

Maiara e Larissa pegam Marília com cuidado a levando para o carro e a levando para o hospital a deixando lá. Sabiam que iriam ter que prestarem depoimentos. E teriam que conversar com Maraisa pra combinarem o que iriam dizer. Todos da redondeza seriam interrogados com toda certeza.

Saindo do hospital Maiara recebe uma ligação de um amigo que havia ficado de conseguir uns documentos pra ela. Então ela segue pra encontrar com esse amigo e pegar o tal documento.

•••

Chega em casa e abre o documento, arregalando os olhos com o que lia.

— O que fez com ela?

— Como assim o que eu fiz? Fiz o óbvio Maraisa, levei pro hospital. E temos que conversar sobre o que vai falar quando vierem te interrogar. — Maiara estava irritada com a irmã.

Maraisa nada diz, parecia ter abaixado a guarda um pouco. Parecia se sentir culpada.

— Estou com os documentos do dono anônimo da fábrica bovina que abriram depois da morte do Sérgio nas terras dele.

Fazia um tempo que estavam atrás desses papéis, o dono da fábrica sempre esteve de olho, ela sabia que o dono dessa fábrica era a pessoa que havia lhe feito tanto mal.

— E qual nome está aí?

Maiara entrega os papéis a Maraisa que logo os lê.

— Mário Dias Mendonça e Lúcia Gerloff Sonza... espera...

Pensa um pouco tentando absorver o que lia.

— Mário e pai de Marília, e quem é Lúcia?

— Mãe da Luísa — Maiara se senta no sofá.

— Maiara então eu estava certa, foi a Marília.

— Aí Maraisa, isso não significa nada, eu realmente acho que não foi Marília que fez tudo isso com você, ela parece não saber de nada.

•••

Maraisa:

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Maraisa:

Dia seguinte...

Não tinha pregado os olhos durante toda noite, estava confusa com as falas de Maiara, e com o coração que insistia em amar Marília. No fundo queria que a loira ficasse bem.

— Luísa me ligou. — Maiara diz aparecendo no estábulo onde eu estava com o Tornado — Vão precisar retirar a bala, por ser perto da coluna talvez ela não volte a andar, oremos pra que pelo menos ela acorde.

Meu coração quase saiu da caixa torácica. Eu ainda tinha na minha cabeça que ela era a culpada de tudo, ainda lembrava de tudo naquela noite, do pingente. Só que eu estava amando a minha inimiga. Lágrimas descem por meus olhos assim que Maiara sai.

Depois de alguns minutos volto pra dentro.

— Larissa foi mostrar ao delegado onde 'encontramos' Marília e provavelmente quando voltar vai te interrogar, então só fale o que combinamos. Já demos um sumiço na arma.

— Maiara eu não tô nem aí, eu que atirei e vou confessar que fui a culpada, não tenho medo.

— Maraisa pelo amor de Deus, por mim... você não pode acabar com a sua vida assim.

Eu não posso amá-la, sem perdoa-la, e eu não posso perdoa-la, jamais vou poder. Preciso me afastar... Não!... Não é uma afronta!... É um sentimento de culpa que abala que me atormenta e me deixa até perturbada. Eu não devia me sentir assim. Eu não esperava e nem tinha consciência do quanto eu amava Marília, tenho sim que me manter o mais longe possível. Só me resta uma saída!... Lhe esquecer!... Não sei se vou conseguir, mais mesmo assim tenho que tentar e vou fazer de tudo para conseguir, caso eu não consiga terei de arrumar uma forma pra dar continuidade na minha vida, não sei ao certo, talvez eu tenha de fugir. Sei que não conseguiria mais matá-la ou se quer apontar uma arma pra ela, não queria sentir isso tudo que sinto, queria não ter amado, queria ter coragem de acabar com o que havia começado.

Talvez em outra hora, talvez quando eu parasse de sentir, talvez realmente não fosse ela, eu continuaria a tentar provar tudo.

O momento que havia atirado em Marília passa por minha cabeça, meu estômago embrulha e corro colocando tudo que eu mal havia comido.

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Me amem, escrevi hj ainda pq vcs pediram ❤️

Marcas do passado - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora