Razões

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• minha gratidão a minha belíssima namorada que me inspirou e me ajudou a escrever essa história repleta de moda, ouro, amor e tensão •

• sim, não se preocupem. eu irei findar a outra, finalmente me considero de férias dos estudos •

• boa leitura, galera •

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O olhar vazio e distante atravessava a janela do décimo quinto andar.

Por mais que falassem, repetissem, pedissem sua opinião e conselhos, a mulher de cabelos castanhos se limitava a acenar e olhar discretamente, não demorando mais que cinco segundos para fazê-lo. Não sustentava o olhar. Não prestava atenção nos seus. Não estava naquela órbita.

— Juliette. — A voz ecoou firme e apelativa.

— Hã? Oi, estou aqui. O que foi?

— Está mesmo aqui? — Indagou, observando a cantora desviar o olhar e morder os lábios — Meu amor, você pode estar em qualquer lugar, menos aqui.

— Só estou cansada. — Admitiu, se endireitando na cadeira — Preciso de férias.

— Saímos das férias ontem.

Ela entortou a boca.

— Preciso de mais férias. — Deu de ombros, voltando a adentrar em sua bolha de pensamentos.

Luana, sua assessora, respirou fundo e girou a cadeira em que a cantora se encontrava, fazendo ficar de frente para ela. Com a outra mão, Luana puxou uma segunda cadeira e sentou, encarando seus olhos.

— Vamos lá, me conte. O que houve?

— Luana. — Ela suspirou cansada — Agora não, por favor.

— É ela, não é? — Perguntou, observando Juliette desviar o olhar — Seu olhar diz que sim.

— Tem algum problema se for ela?

— Você sabe que não. Mas, eu te pergunto. Por que ela continua sendo o problema?

Juliette levantou em um impulso e pegou na parte do roupão branco que caía por seu ombro, subindo de modo rápido e instantâneo. Ela caminhou até a bandeja do canto e abriu uma garrafa de vinho, virando metade do líquido na taça, até cobrir bem e não sobrar espaço para nenhuma outra gota.

— Ela sumiu. — Confessou após beber uma quantidade razoável de vinho tinto que havia pedido horas antes — Sem avisar, sem... Nada. Só... Sumiu. — Respirou fundo, bebendo novamente da taça

— Sinto muito em dizer, dona Juliette, mas já fazem cinco anos.

Juliette sabia bem daquilo.

A última vez que viu a loira tinha sido em 2022, em um evento em São Paulo. Ambas haviam se encontrado de modo inesperado na Ginga e incrivelmente, seus olhos ainda brilhavam ao vê-la. Mas, de pura decepção. Trocaram um selinho rápido, foi questão de segundos para suas bocas encostarem uma na outra. A notícia viralizou como uma avalanche que destruía tudo o que vinha pela frente. Elas estavam novamente no topo.

Juliette ainda recordava de cada detalhe daquela noite.
Ela não conseguia esquecer de jeito nenhum.

— Eu sei, Luana. Eu sei. — Voltou a sentar, sem encarar a mulher de cabelos ruivos e sardas.

— A senhora tem uma belíssima casa. — Iniciou e Juliette quis rir. Tudo bem que suas propriedades eram bonitas e que por muito tempo, ela almejou aquilo. Mas não era tudo. — Uma família que ama você, fãs loucos por você e amigos incríveis. Sério. Que diferença faz após cinco anos? Passou, Ju.

Irreplaceable | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora