Han tinha caído no sono antes mesmo de ver Minho voltar para a cama. Quando acordou, já pela manhã, foi só para encontrar o outro devidamente de banho tomado, já subindo a calça social pela tatuagem da coxa e escondendo a cueca branca.
— Hummmmmmmm... — o mais novo murmurou preguiçoso, esticando os braços e pernas antes de ficar de bruços e mirar Lee silenciosamente. Nossa, que visão logo pela manhã. Se o paraíso fosse assim, já queria ser levado.
— Acordou, Bela Adormecida? — levou dois minutos para colocar a camisa azul clara e arrumá-la. Dobrou as mangas até os cotovelos e vestiu o cinto logo na sequência.
— Que horas são? — perguntou molenga, bocejando demorado.
— São seis e cinco — colocou o relógio no pulso, abotoando-o.
— E aonde você vai tão bonito cedo assim? — questionou ainda lesado de sono, sem realmente pensar no que estava falando. Ganhou uma olhadela cômica do mais velho, que se aproximou para sentar na ponta da cama.
— Vou jogar dominó com a terceira idade ali na praça. Hoje tem campeonato, vale vaga na final.
— Quê? Sério? — o tom saiu confuso. Dominó, àquela hora? Se bem que velhinhos acordavam cedo, mesmo.
— Claro que não, né. Eu tenho uma reunião no primeiro horário e tenho que terminar de ler aqueles artigos, porque alguém resolveu me atacar no meio da noite.
— Hum... — Jisung virou-se para o outro lado, aninhando a coxa ao travesseiro sobressalente. Sem arrependimentos.
Minho tombou e cobriu o corpo menor, beijando seu pescoço até mergulhar o nariz nos fios escuros da nuca do gatinho manhoso.
— Você está virando essa bunda pra mim de propósito? — alisou a perna esguia sobre a calça que, no caso, era sua mesmo. O moreno tinha ficado sem a cueca por conta do ocorrido durante a noite e teve que emprestar uma calça de Lee novamente.
— Talvez — o sorriso foi de agrado ao sentir os dedos deslizarem daquele jeito pelo próprio corpo.
— Quando eu te pegar você vai ficar dolorido uma semana — avisou em seu ouvido e deu um tapa ardido no traseiro redondinho, voltando a ficar de pé. — Preciso ir, mas você pode ficar aí até acordar direito. Depois me entrega a chave na faculdade. E não se preocupa com o Miau, ele está com a minha vizinha de cima — colocou a gravata de tom azul marinho e deu um nó prático, ajeitando-a para abaixar o colarinho da camisa no instante seguinte. — Tem leite, cereal, torrada. Fuça lá que você acha — o cabelo foi ajeitado rapidamente e, por fim, pegou a carteira para enfiar no bolso. — Tchau — despediu-se breve, ganhando um gemidinho alheio de protesto nem mesmo meio segundo depois.
— Assim? — Han jogou-se para o lado, olhando para Minho de onde estava.
— Assim o quê? — parou na soleira da porta.
— Só tchau? Sem mais nada?
Minho cruzou os braços.
— E o que é que você quer? Fogos?
Jisung olhou para cima, falsamente pensativo, depois voltou a encarar o mais velho.
— Você é foda— Lee declarou e recuou alguns passos, apoiando a mão ao lado da cabeça de Han para acertar seus lábios mornos em um beijo silencioso. Ao ver mais uma oportunidade imperdível de atacar, o universitário sorriu e tentou puxá-lo pela gravata para a cama de novo.
— Que cheiroso... — e perfumado, bem vestido, parecendo uma miragem logo pela manhã.
— Não, nem pensar, eu tenho hora — desvencilhou-se com dificuldade, uma vez que Jisung parecia determinado a mantê-lo ali.
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Miau, passa no débito | Minsung
FanfictionHan Jisung é um estudante de veterinária que só queria uma coisa naquela noite: ir para casa. Contudo, a presença inesperada de um cara suspeito com um gatinho abandonado nos braços faz seus planos irem por água abaixo e o ensinam que certas coisas...