Jisung remexeu-se sobre o colchão macio em um instante de preguiça, suspirando em agrado pela sensação quentinha que o envolvia. O quarto já estava parcialmente claro, indicando que já era dia, e o barulho contra a janela fechada mostrava que, muito provavelmente, estava chovendo do lado de fora.
Por um segundo, o universitário foi tomado pelo pânico de ter perdido a hora, mas pouco depois lembrou-se de que era sábado, graças aos céus. Ainda bem, porque levantar dali seria um sacrifício. Poxa. Aquele cobertor era muito bom, talvez o melhor que já tinha usado na vida. Ele tinha algo diferente. Era tão gostoso, aconchegante e...
Espera.
Moveu-se alguns centímetros para, então, notar a coxa grossa entrelaçada com a sua e um braço forte envolvendo-o pela cintura.
Ah, então era isso! Era o corpo de Minho que estava tão confortável.
Ain, que gostoso.
Tinham dormido daquele jeito, abraçadinhos? Murmurou qualquer coisa baixinho em algo que, no mundo dos felinos, talvez fosse visto como uma ronronada de satisfação. Logo depois, abriu os olhos de maneira lenta e preguiçosa. A mão estava doendo um pouco, o que parecia normal levando em consideração que tinha tomado uma bela mordida e ganhado de brinde um conjunto de pontos. Recapitulando agora, lembrava de ter chegado até o sofá, porém não tinha nenhum tipo de recordação de ter caminhado até a cama. Isso queria dizer que um certo alguém o havia carregado no colo até ali?
Huf, como era bom ser envolvido daquele jeito e ficar agarradinho naquele corpo robusto e cheiroso. Para ser sincero, poderia passar o dia inteiro na mesma posição, sem reclamar. Conseguia sentir Minho respirando tranquilamente e seu peito subindo e descendo de forma rítmica, como uma agradável melodia. Além disso, sua essência conhecida estava por todos os lados, desde os lençóis até os travesseiros.
Aproveitando que o braço do mais velho estava um pouco acima de sua cintura e a mão descansava próxima, Jisung tocou-o suavemente com as pontas dos dedos, escorregando as digitais pelo contorno dos ossinhos, até chegar no indicador. Repetiu o gesto, agora pelo polegar e logo em seguida pelo mindinho.
— Estão todos aí... — a voz rouca disse baixo contra o seu pescoço, ganhando uma olhadela leve de surpresa por cima do ombro.
— O quê?
— Os meus dedos — Lee deu um meio sorriso letárgico de graça. Apesar dos olhos castanhos ainda estarem cerrados, não parecia que Minho tinha saído de um sono profundo.
Ele tinha passado a madrugada atento. Os cochilos foram espaçados e qualquer mínimo movimento de Jisung era o suficiente para puxá-lo de volta. O outro tinha reclamado uma vez ou outra no meio do sono grogue, gemendo baixinho várias vezes madrugada. O saldo, no entanto, parecia positivo, pois ele havia dormido durante um longo período, sem acordar nenhuma mísera vez.
Han fez uma caretinha engraçada de quem não podia esperar outra coisa senão um comentário como aquele do mais velho. Minho sendo Minho, mesmo nas primeiras horas da manhã. Sem se importar, manteve o carinho pelos outros dedos de forma distraída.
— Você nunca me diz nada sobre você... — Jisung comentou de repente.
— E o que você quer saber? — a conversa baixinha foi embalada pelos pingos do lado de fora e Minho parecia preguiçoso também, disposto a permanecer ali pelo menos pela próxima meia hora. O nariz estava enfiado no pescoço quentinho, a perna encaixada entre as menores e os olhos ainda fechados.
— Não sei, qualquer coisa. Coisas importantes, coisas idiotas. O que você quiser contar.
— Hum, você está exigindo muito de mim a essa hora da manhã, gatinho — suspirou, estreitando o abraço para puxá-lo mais contra si.
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Miau, passa no débito | Minsung
FanfictionHan Jisung é um estudante de veterinária que só queria uma coisa naquela noite: ir para casa. Contudo, a presença inesperada de um cara suspeito com um gatinho abandonado nos braços faz seus planos irem por água abaixo e o ensinam que certas coisas...