15. Quente e molhado

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[Esse capítulo contém trechos +18]

Quando Minho chegou em casa, Jisung já estava na porta do apartamento esperando. Os dois entraram e Lee pediu apenas alguns minutos para tomar um banho e colocar roupas mais confortáveis. Em questão de alguns minutos, estavam prontos para iniciar os trabalhos da noite, que seria regada a frango frito e sorvete, do jeito que o gatinho Han mais gostava. Além disso, o mais velho havia garantido que houvesse álcool o suficiente na geladeira para espantar todo o estresse da semana.

Um tempo depois, Minho chegou no final quarta cerveja. Não era sempre que bebia naquela quantidade, mas estava precisando relaxar. A sua sorte era que seu nível de tolerância era grande e parecia pouco alterado pela bebida. Jisung, por sua vez, ainda estava no meio da terceira dose e já claramente alto, pois era o tipo de pessoa que poderia ter alucinações depois de uma simples caipirinha. Felizmente, sentia-se menos tenso depois do jantar, sem sinal de que cairia em pratos a qualquer momento pela besteira que tinha feito. Estar com Lee o deixava estranhamente calmo, como se fosse uma garantia de segurança, mesmo que ele sempre estivesse com aquela expressão marrenta e pronto para meter-lhe um safanão na orelha.

Para dizer a verdade, Han já tinha criado um certo apego pelos momentos que passavam naquele apartamento prático e pouco mobiliado. Ele tinha o cheirinho de Minho e trazia lembranças boas, ainda que fossem recentes.

Naquele instante, a iluminação era baixa, promovida apenas pela luminária que ficava na bancada e uma brisa fresca entrava pela janela, balançando minimamente as cortinas.

— E então, vai me contar o que aconteceu? — Lee perguntou finalmente, sentado no sofá com a quinta garrafa gelada na mão. Estava com um dos braços sobre o encosto e as pernas afastadas em uma pose descontraída, pronto para ouvir a explicação para toda a patacoada que tinha rolado nos dias anteriores.

— Não foi nada de mais — Han contraiu os lábios.

— Como não? Você pediu pra mudar de orientador e isso é uma coisa bem séria, então alguma coisa rolou. Vai, bota pra fora. O que houve?

— É só que... — coçou a bochecha e levou alguns instantes antes de perguntar. — Eu te atrapalho?

— Muito — Minho disse sério e de imediato, porém logo deparou-se com aquela cara de gatinho sem dono do outro e resolveu retificar-se mais do que depressa, antes que ele acreditasse. — Lógico que você não me atrapalha. De onde tirou essa asneira?

— O Kim, ele... — começou incerto — ele disse que você precisa focar na sua carreira porque está em um momento importante e que eu estou fazendo você ficar distraído.

— Ah, eu sabia! Aquele bostinha — murmurou para si mesmo. Tinha certeza de que ele não ia conseguir manter a boca de jacaré fechada. Então, Mini tinha ido falar com Jisung, de fato, como previu. Arg, e ainda tinha feito aquela cara de paisagem mais cedo ao ser confrontado, que cara de pau. — Escuta, Mini é meio superprotetor. Tem dia que ele pensa que me pariu e que pode cuidar da minha vida. Não sei o que ele te disse, mas aposto que o safado fez parecer bem pior do que é de verdade.

— Eu não quero te dar mais trabalho com os meus problemas. Ele tá certo, você parece ocupado o suficiente e eu tenho te ocupado com os meus assuntos idiotas — mirou a garrafa e deu uma cutucada no rótulo molhado.

— Miau, você não precisa se preocupar com essas coisas. Eu sei o que tô fazendo. Se eu passo meu tempo com você, é porque quero e posso. Você não precisa encanar e achar que está me prejudicando, eu tenho idade o suficiente pra manejar minhas demandas. Deixa isso comigo, hum?

Jisung dispensou um olhar silencioso e demorado, puxando o ar profundamente logo depois. Mesmo que ele estivesse falando que estava tudo bem, ainda tinha a sensação de que era um estorvo, no fim das contas. Desolado, acabou virando a garrafa para uma sequência de goles longos e necessitados.

Miau, passa no débito | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora