37. Um convite inesperado

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Jisung tocou a curva das costas de Minho, empurrando a camiseta do namorado para cima enquanto dispensava beijinhos silenciosos pela linha da coluna, tocando cada músculo e cada eventual pintinha que surgia pelo caminho. A pele do outro era tão lisinha e suave que não era raro que acabasse marcada por um toque um pouco mais intenso depois de um momento íntimo.

Lee era uma visão do paraíso enquanto estava dormindo daquele jeito, suspirando tranquilamente sobre o travesseiro com a cabeça entre os braços, de bruços. Era tão lindo que Han quase conseguia esquecer que o safado tinha acordado na calada da noite pra jogar o resto do omelete fora e que o flagrara com a boca na botija.

O mais novo deitou-se um pouco mais perto, só para poder contemplar o rosto bagunçado e com uma leve marquinha na bochecha, indicando que Minho trocara o lado do sono não fazia tanto tempo assim. Escorregou as pontas dos dedos pelo braço, alcançando o pulso e os dedos longos.

O anelar ganhou uma atenção especial e Han demorou-se um pouco ali, na curva próxima dos ossinhos. Uma anel de compromisso bem naquele lugar até que ia bem. Quer dizer, já eram papais, moravam juntos, até tinham roupas iguais, o que custava oficializar? 

Hum. 

Minho provavelmente surtaria com aquele tipo de pensamento, mas Jisung deixou sua imaginação voar mesmo assim, e sentiu as bochechas ficarem quentes só de pensar na possibilidade.

Tenho até medo de perguntar o que está se passando nessa cabecinha de gato — Minho falou baixo e rouco, com os olhos fechados. Muito silêncio sempre significava que Miau estava pensando algum absurdo, no mínimo.

Nada, é só que... eu quero estar do seu lado pra onde quer que você vá, Mi — respondeu distraído, também baixinho.

Era aquilo que andava pensando nos últimos tempos, com notável frequência. Fosse tomando chá na Inglaterra, comendo crepe na França ou surfando no Havaí, queria estar por perto, pois não conseguia mais ver a sua vida sem Miau e o mais velho. E nem queria, na verdade.

Minho abriu os olhos, preguiçosamente. Para alguém tão novo, Jisung sempre tinha demonstrado sentimentos bem intensos. Sua idade e suas emoções eram inversamente proporcionais e nunca deixavam de pegá-lo desprevenido. Virou a palma da mão para cima, deixando que Han escorregasse os dedos entre os seus para, depois, apertá-los com carinho.

Sabia de onde vinha toda aquela reflexão matinal saudosa.

Era sábado e tinha avisado que começaria a separar algumas coisas, como roupas e livros que teria que queria deixar guardados na casa de MinMin. Curioso era que seu apartamento seguia sendo um lugar de poucos móveis e quase nenhuma decoração, porém depois de ser preenchido pela presença de Jisung, o lugar se transformara naturalmente em um lar.

Não faz esse bico, gatinho. Ainda faltam dois meses...

Dois meses passam muito rápido — ergueu os olhos, mirando o mais velho com uma expressão sentida e a bochecha esparramada no travesseiro. 

Lee mirou-o com um pouco mais de atenção.

Jisung tinha mudado bastante nos últimos tempos. Já não parecia mais a mesma criança chorona e a convivência entre ambos talvez tivesse oferecido a ele mais calma e segurança, porque já não era qualquer coisa que despertava o catarrento que vivia em seu interior. Tinha certeza de que se fosse no começo do namoro, Han já teria dado perda total na caixinha de lenços só por trazerem o assunto da partida à tona.

Estendeu a mão e puxou-o para perto, virando-se de lado e levando a coxa menor até a sua cintura para encaixá-la ali, deixando-os bem juntinhos. A mão espalmou-se nas costas do outro por baixo do moletom e Lee tentou alcançar a sua boca, no entanto, Jisung desviou-se de forma um pouco desengonçada e tampou-a com a mão.

Miau, passa no débito | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora