27. Eu amo...

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Ah, finalmente um pouco de ar fresco! Han tinha passado tantos dias em casa que nem se importou com o friozinho que estava fazendo em sua primeira caminhada pós-repouso. Mesmo com a baixa temperatura, ainda estava sol e era uma delícia aquela mistura quente e fresca que atingia o seu rosto em uma brisa mansa enquanto andava pelas ruas. Agora já podia retomar a rotina, só tinha que pegar mais leve e se policiar para cuidar da saúde com tanto empenho quanto estava cuidando do futuro profissional. 

Naquele dia, tinha combinado de ver Yongbok no final da tarde em um Café perto da clínica que, durante a faculdade foi um ponto regular de encontro entre os dois, fosse para fazer algum trabalho ou dividir uma bebida. Frequentavam tanto o lugar que já sabiam de cor todo o cardápio, além de ter feito amizade com os baristas e demais funcionários. Desde o início daquele ano, no entanto, as visitas tinham se tornado menos frequentes, por motivos óbvios.

— Você parece bem melhor — Yongbok falou satisfeito, mexendo o copinho de capuccino antes de dar um gole na bebida cheirando a canela.

— Ah, já me sinto cem por cento! Terminei os antibióticos e estou pronto pra outra.

— Deus o livre e guarde. Se for cair doente de novo, faz o favor de cair pro lado de lá, encrenca — torceu a cara e balançou a cabeça para os lados, acabando por dar um sorriso de quem estava brincando.

Era bom ver o amigo saudável de novo. Boks também tinha levado um susto, mas, de alguma forma, sentiu-se menos preocupado em saber que ele estava sendo bem cuidado, mesmo que por uma pessoa improvável.

Seguiram em um papo descontraído, entre um gole de café e outro, até que os olhos de Yongbok pescaram algo no canto do salão algo que fez com que sua expressão mudasse de imediato. A testa foi franzida e o loiro contraiu os lábios, sentindo uma onda de inquietação invadi-lo.

Merda, aquilo não podia ser verdade. Tanto lugar no mundo e aquele estrupício tinha que estar justo ali?!  

— Por que a gente não senta lá fora? — perguntou de repente.

— Lá fora? Você quer virar um picolé? — Han deu risada. Que ideia absurda! Ali dentro estava gostoso, quentinho e, ainda por cima, tinha um cheiro de chocolate com croissant que era o ponto forte do lugar.

— Eu sei, mas... é que... de repente ficou meio calor, né? Esse tempo anda mudando que é uma loucura — puxou a gola da camiseta.

— Calor? Você tá passando bem, Boks? — questionou. Calor onde? Só se fosse na percepção dos esquimós!

— Ji, por favor, nós podemos só sair daqui? — falou de uma vez e logo começou a juntar suas coisas, enfiando tudo dentro da mochila de qualquer jeito. Yongbok pareceu tão atordoado que no meio do processo, enfiou na bolsa também um guardanapo sujo e os sachês vazios de açúcar. Por um triz não levou também o porta-guardanapos e o suporte no qual a xícara estava apoiada. 

Jisung mirou aquela cena bizarra sem entender nada, mas diante da cara aflita de Yongbok achou melhor nem perguntar e só seguir o amigo de uma vez. 

— Ahn, tá bem... — Han concordou, mantendo os movimentos um pouco lentos ao guardar as próprias coisas. Yongbok colocou-se de pé na sequência e saiu andando na frente, mirando-o por cima do ombro de forma impaciente. 

— Vai logo, Hannie! — chacoalhou-se no lugar, fazendo um gesto nervoso com a mão. 

— Calma, tô indo! O que deu em você?! — começou a ficar inquieto também e puxou a mochila de qualquer jeito, sem perceber que uma das alças estava presa no encosto da cadeira. Como resultado, acabou levando o móvel para o chão em um barulho que chamou a atenção de todos ao redor. 

Miau, passa no débito | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora