45. Cara de bunda (de nenê)

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Às oito horas em ponto, Minho e Han estavam esperando a irmã e o namorado na porta de uma hamburgueria famosa da cidade. Aquele era um dos lugares favoritos dos irmãos, que tinham um fraco por lanches e batatinhas, um gosto que compartilhavam como se fossem gêmeos.

— Escuta, só quero te falar que a minha irmã é um pouco espalhafatosa... — Jisung achou melhor deixar claro antes que Minho pedisse o divórcio antes mesmo de pensar em casamento. Um membro doido na família assustava muita gente, não?

— Não diga, eu nem tinha reparado, achei que aquela bofetada era o jeitinho dela de dizer oi — cruzou os braços em falsa surpresa. O mais novo nem precisava comentar nada, pois Minho já tinha notado as semelhanças absurdas entre os dois, físicas e também de personalidade.

— Desculpa, Mi, eu não achei que ela ia fazer algo como te dar uma bofetada — confessou sem jeito. A mão subiu para ir até o rosto do outro, mas acabou voltando já que estavam no meio de um número considerável de pessoas. Minho deu um meio sorriso e tocou os dedos menores, puxando o namorado para mais perto discretamente.

Nem estava doendo tanto mais, mas se não estivessem em público teria aceitado o carinho.

Relaxa, Miau... — falou mais baixo, mostrando que toda a sua implicância com o ocorrido não passava de pura brincadeira. — Ali, eles chegaram — Lee apontou.

Lá estava ela, um Jisung versão mulher ao lado de um cara que tinha alguns centímetros a menos que ela, mas tudo o que não tinha de altura, parecia ter investido nos braços. Aquele ali devia bater ponto na academia todo dia. A moça acenou com energia, dando um sorriso enorme e empolgado.

— Ah, aquele é o Changbin, mas a gente chama ele de Binnie. Eles vão casar ano que vem, namoram tem mais de dez anos. Você pode falar qualquer coisa pra ele, só não fala que ele é baixinho — Han contou. Bom, já que a irmã ia fofocar sobre sua vida, achou que tinha o direito de fofocar sobre a dela também. — Ele é tipo um irmão. Teve uma época que frequentava tanto em casa que eu via mais ele do que Hayoon. Binnie é bem gente boa, você vai gostar dele.

— Chegamos! — ela anunciou, agarrada ao braço do namorado. — Sem violência dessa vez, prometo! — avisou em um risinho baixo.

— Eu te agradeço — Minho sorriu de volta. Ela era simpática, no entanto, definitivamente, não queria tomar outra de suas bofetadas.

— Binnie, esse é o Lee Minho, namoradinho do meu irmão. Minho, esse é o Binnie, meu noivo!

Trocaram um cumprimento rápido, típico. Logo depois, foram parar em uma das mesas não muito longe dali, com um conjunto inusitado de bancos meio extravagantes e de cores diferentes.

— E então, Minho, você trabalha em Seul? O que você faz? — Hayoon perguntou descontraída, enquanto dava uma olhada no cardápio.

— Sim, eu estou terminando meu doutorado e sou professor. Do seu irmão, inclusive.

— Você tá namorando o professor, Jisung?!— questionou incrédula. Que safado! Com aquela carinha inocente...

— Não começa, Hay — Han murmurou de canto de boca deu uma meia risada nervosa.

— Eu nem disse nada, ué! Estou só conferindo quem roubou o coração do meu irmãozinho — abaixou o cardápio, mirando-os.

— Amor, desse jeito você vai deixar seu irmão solteiro antes do final da noite — Changbin comentou, tentando ajudar o mais novo.

— Nah, que nada — ela balançou a mão. — Vocês são fofos juntos, sabiam? Quem sabe não pensamos em chamar os dois pra serem nossos padrinhos, hum? — piscou.

Miau, passa no débito | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora