— Quando eu disse que tinha um lugar seguro em mim, não significava precisar se colar ao meu corpo. — Informou, sua voz em tom grave como costumava ser.
Natasha estava de frente à pia lavando os utensílios que usaram para fazer pipoca enquanto Wanda, contrariando seu comentário sobre ajudar, abraçava a mulher por trás. Fez quando achou oportunidade. Seus braços rodeavam o abdômen e seu rosto estava deitado no cabelo ruivo. Natasha se movia enxaguando a louça e Wanda acompanhava o movimento por estar agarrada.
— É confortável. Estou… — Bocejou. Natasha sorriu com isso, “Como consegue ser fofa até bocejando?” Pensou. — Esperando você terminar.
— Por que não vai deitar, hm? Eu ainda preciso resolver detalhes da próxima missão. — Enxugou as mãos com o pano de prato e virou-se para a garota, que ficou com as mãos rodeando as costas da mulher. Wanda tinha uma cara de cansaço, mas parecia grata pelo dia que teve. — Se quiser, pode tomar um banho para descansar melhor.
— Está bem, eu vou. Não demore. — Quando disse a última frase, percebeu que estava se incluindo no quarto de Natasha. Olhou-a por alguns segundos, sentindo-se perdida, antes de completar. — Hm… Nós vamos dormir no seu quarto?
— Se quiser… — Afirmou sem pensar muito, já que estavam acostumadas com isso. Percebeu a expressão ligeiramente distante de Wanda. — Algum problema? — Questionou. Seus olhos desceram para o pescoço da morena, onde havia uma vermelhidão quase invisível. Sorriu internamente pelo feito.
— N-Não, nenhum.
— Ok. — Se inclinou para deixar um beijo na bochecha, quase na mandíbula. Assim que sentiu, a garota jurou que poderia desmontar ali como LEGO. Bateram os olhos e a vermelhidão no rosto de Wanda foi percebida por ambas. Natasha sorriu entretida.
— Desculpe, ainda não me acostumei. — Se referiu à surpresa nítida em sua pele.
— Eu também não.
De fato. Era a situação mais aleatória e óbvia para elas. A todo momento, sem sequer perceber, cultivaram um sentimento que poderia resultar em apenas uma coisa; atração. Atração, “gostar”, foram as denominações que acharam para o que tinham, pois, do mesmo jeito que Natasha não sabia o que era amor, Wanda também não.
— Isso é tão… inesperado. Quero dizer, não que seja ruim. Mas desde que me viu, você imaginou que em algum momento nós fôssemos…?
— Nos beijar? — Completou. Wanda assentiu timidamente. — Sendo sincera, jamais passou pela minha cabeça. — A garota tinha uma expressão de quem pensava o mesmo. Natasha se afundou nas memórias que tiveram juntas, e uma, sua preferida, governou sua mente. — Mas… Você lembra de quando cantou “Vincent” para mim?
Wanda abriu um sorriso iluminado.
— E como eu poderia esquecer? Eu estava completamente sem jeito com você me observando.
— disse, e ambas riram.— Naquela noite, tive a impressão de que as coisas mudariam entre a gente.
— De um jeito bom? — Seus olhos brilhavam. De certa forma, era de um jeito bom, mas naquele passado momento apenas deixou a antiga Natasha preocupada. Não queria ser amiga de Wanda, não queria se importar com ela. Contudo, olhando o rosto da garota, que ainda tinha resquícios de seu estilo emo, não conseguia agradecer mais por se importar com ela.
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Tudo Vermelho - Wantasha
FanfictionEntre paredes de concreto do seu atual "lar", Wanda Maximoff passava pela dor da perda de seu falecido irmão, Pietro Maximoff. Enquanto era orientada sobre sua nova rotina, descobre que sua treinadora seria ninguém mais ninguém menos que Natasha Rom...