Natasha point of view
— Não! Nat! — Ouvi ela me chamar em meio àquela multidão. Estava noite, mas eu conseguia vê-la sendo puxada por homens armados. Era a Sala Vermelha. Ela havia voltado para me assombrar, e dessa vez, minha irmã foi levada também.
— Pega!... Pega! — Entreguei nossas fotos a ela. Não sabia o que iria acontecer conosco. Queria que se lembrasse de mim, de nós.
De repente, o cenário mudou. Eu estava acorrentada numa cadeira, em um espaço escuro e estranhamente familiar. Uma mulher loira se aproximou de mim. Eu não conseguia identificar seu rosto, estava tudo turvo e me eu sentia debilitada, cansada.
— O que você quer? — perguntei forçadamente. A vi se aproximar e agachar na minha frente. Ela tinha um semblante sério e olhos claros, como se estivesse lendo a minha alma ao mesmo tempo que não tivesse uma.
— Não deveria ter me deixado sozinha.
Acordei num sobressalto, sentando-me na cama. Me senti ofegante e quente. Merda. Passei meu cabelo para trás das orelhas e esfreguei um pouco os olhos. Olhei para cima, soltando um suspiro.
Acho que está um pouco tarde para ter pesadelos com a SV.
Olhei para o lado e o relógio marcava cinco e dez da manhã. Lembrei dos afazeres de hoje e fui ao banheiro para tentar começar o dia. Me abaixei para molhar o rosto, e quando levantei a cabeça, não pude evitar me encarar no espelho. Passei o dedo de baixo dos olhos. Eles estavam tão... opacos. Olhei para o meu pescoço e minha correntinha estava torta. Trouxe o pingente de flecha para o centro novamente.
Está tudo certo, Natasha. Você está ótima.
(...)
— Que cara de morte é essa? — Eu estava tomando água na cozinha, encarando um ponto fixo, quando ouvi James chegar.
— Achei que a minha cara já fosse "cara de morte".
— Ressaca? — perguntou, abrindo a geladeira para pegar alguns ovos.
— Por aí. — Era melhor que ele não pensasse que, na verdade, eu estava de camarote em meus sonhos revivendo o meu passado nada incrível. — Escuta, se ver a Wanda por aí, diga que já estou esperando por ela. Vou preparar a sala.
— Pode deixar. Sabe onde é que tá a frigideira?
— Tem uma no armário de cima, porta direita.
Segui para a sala de treinamento. Eu já havia me alimentado e estava adequadamente vestida com top esportivo e calça de malha. Enquanto a garota não chegava, aproveitei para aquecer, desferindo alguns socos e chutes no saco de box. Direita, esquerda, e chutem. Repeti essa sequência por uns cinco minutos, que foram o suficiente para resquícios do sonho que tive começarem a surgir. Yelena... Os soldados, a foto e aquela mulher. Tudo isso estava me intrigando, e só percebi que me afundei em pensamentos quando estava acelerando meus movimentos, descontando no objeto.
"Nat!"
— Ah! — Deixei um grito sair quando dei o último chute do saco, fazendo-o subir alto. Suspirei ofegante, encarando-o.
— Espero que não esteja me imaginando nesse saco. — Ouvi sua voz e virei meu rosto. Ela havia chegado. Estava com um rabo de cavalo, top esportivo, blusa de alça transparente e solta. Também calça de malha.
— Ah, oi. — Me recompus e peguei o saco de box para pará-lo. — Bom dia.
— Bom dia. Está tudo bem? — perguntou, se aproximando de mim com as mãos na cintura.
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Tudo Vermelho - Wantasha
Fiksi PenggemarEntre paredes de concreto do seu atual "lar", Wanda Maximoff passava pela dor da perda de seu falecido irmão, Pietro Maximoff. Enquanto era orientada sobre sua nova rotina, descobre que sua treinadora seria ninguém mais ninguém menos que Natasha Rom...