Capítulo 34 - Milagre de Natal

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Wanda point of view

Há algumas semanas desde que ela despertou, e afirmo que foi o meu presente de Natal adiantado. Natasha me faz acreditar em crenças que nunca dei ouvidos antes, como aquela em que, o que é para você, é para você, e ninguém será capaz de tirar, nem mesmo um coma. No entanto, nem tudo pôde voltar a ser como era. O empenho com a nossa segurança teve que ser maior, e, por isso, se quiséssemos no mínimo conseguir andar pelas ruas, teríamos que passar despercebidas. Se não podíamos mudar nosso rosto, tínhamos que mudar o cabelo. Quando Natasha chegou a mim com essa informação, foi como se o chão estivesse se abrindo debaixo dos meus pés outra vez. Desistir do meu cabelo era como deixar tudo o que eu vivi para trás, tudo o que significa Wanda Maximoff, a sokoviana. Ela disse que sentia muito por isso, e que garantia que a cor do meu cabelo iria ser apenas um detalhe em mim, que eu não precisava temer mudanças. Tive tempo para pensar em como mudá-lo (felizmente, isso era opcional), mas quando achei o desenho que Lila me deu entre minhas coisas, soube exatamente o que fazer. E, bom, o ruivo sempre me caiu bem.

Amanhã será Natal, e há dias atrás, imaginei que passaria por essa data completamente sozinha. Agora, seguro a mão da minha namorada enquanto andamos pelas ruas da metrópole branca de neve. Estou começando a me acostumar com o fato de que Nova York sempre será uma cidade cheia de luzes, não importa o dia. Em meio aos pensamentos, reparo em tudo o que me rodeia com um sorriso de canto, pois sinto Natasha andar cada vez mais perto de mim. Sua cabeça foi caindo, encostando em meu ombro. Ela não se importa se estamos em público, e isso esquenta o meu peito. Isso aqui nunca esteve tão movimentado, e foco em prestar atenção em todos os belos detalhes. Nos aproximamos do centro, e avisto o que julgo ser a maior árvore de Natal que já vi. Tudo nos Estados Unidos possui tamanho GG.

— Meu Deus… É imensa. — digo quando paramos para vê-la, assim como as outras pessoas. Meus olhos estão presos lá em cima, mas consigo perceber que Natasha admira minha feição abobalhada e depois me acompanha.

— É, sim — diz com tranquilidade, chamando a curiosidade dos meus olhos para seu rosto. Todos os arranjos brilhantes do pinheiro estão refletindo em seus olhos, os fazendo parecer pedras preciosas, os fazendo o par de íris mais lindo do mundo. Seu cabelo parece neve. Sim, ela é loira agora, e seu cabelo está no pescoço. Sinto minhas bochechas corarem. Meu coração bate mais rápido. Tudo isso acaba quando levamos um tombo. Fico desnorteada, buscando os culpados disso, mas são apenas duas crianças.

— Me desculpe, moças! — A garota gritou. — Vem, Max! Ou vamos perder a aparição do Papai Noel!

Ele correu atrás, mas antes parou e retornou o caminho, nos olhando.

— Foi mal! — Ele se foi tão rápido que não deu tempo de respondê-lo. Fiquei observando como eles andavam juntos, rindo animados para o que estavam tramando, quase como uma fiel memória do meu passado. Pietro volta a rondar minha mente. Na verdade, sempre estará lá.

— “Max”? Intrigante. — Natasha puxou minha atenção e minha cintura. Revirei os olhos, sorrindo de lado. — Ei… O que acha de patinarmos?

— Não.

— Você nem deixou eu falar…

— Eu nunca patinei, então sem chances.

— E essa não seria a hora perfeita para aprender? — Começou a me levar com ela sutilmente, e mesmo que eu estivesse com o corpo rígido, não conseguia evitar ser levada quando sua mão estava me tocando. Aquela era a melhor sensação do mundo.

— Natasha, eu não quero me machucar.

— Eu não vou deixar que se machuque. — Ela parou para se pôr em minha frente quando notou minha dificuldade em prosseguir. Tombou a cabeça para o lado, mirando seus olhos reluzentes e pidões em minha direção. Ela tem usado o seu lado meigo para conseguir as coisas de mim, e isso me deixa irritada e apaixonada. — Por favor?...

Tudo Vermelho - WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora