Tudo Vermelho - Wantasha

Refém do Amor, parte 2

Wanda point of view

Se eu arrastasse meus dedos por mais alguns centímetros, conseguiria alcançar os seus no assento do jato. Clint e Steve estão no controle, eu e Natasha estamos como passageiras. Ela iria ser a copiloto, mas o Capitão se ofereceu e pediu para que ela descansasse até que estivéssemos em terra firme. Vi ele sussurrar algo, e pela maneira que Natasha veio, provavelmente foi aconselhando-a a ficar do meu lado.

Deixei meus dedos sobre os seus. Ela tirou os olhos do chão e os encarou, depois levantou os olhos para mim enquanto aceitava o carinho. Dei um sorriso reconfortante. Ela fez o mesmo, mas seu olhar estava abatido. Logo meu sorriso ficou triste também. Olhou para os rapazes na frente e depois para mim.

— Você quer descansar um pouco? — Sussurrou para mim, com graça e preocupação. Ainda havia uma hora e meia de viagem, então aceitei me encostar nela. Antes, olhei de novo para os outros. Além do nosso relacionamento ser inexistente para Clint, nunca demonstrei esse tipo de carinho em público, estava com receio. Ela notou. — Não se preocupe, não irão se importar.

Fiquei a analisando enquanto ela estendia seu braço para me receber. Cheguei um pouco mais perto, insegura. Seu uniforme de couro não me incomodava muito. Quando estava perto o suficiente, meus olhos se fecharam quase que no automático, minha bochecha deitou em seu busto, meu nariz soltou um suspiro pesado e meu braço rodeou seu abdômen. Rodeou com força, como se ela fosse uma nuvem macia. Seu braço desceu abraçando minhas costas. Me sentia segura, mesmo que pudéssemos ser flagradas se Clint resolvesse virar um pouco o seu rosto.

— Obrigada. — Agradeci, e senti que ela deu um sorriso rápido.

— Por nada. — Sussurrou de volta. — Avisarei quando chegarmos.

Depois que ouvi sua voz grave me tranquilizar, me entreguei ao descanso. Estava silencioso dentro do jato, o que me ajudou a cair no sono. O que me ninava eram os sons dos aparelhos da cabine e a resposta dos rapazes à agência, dizendo a distância que estávamos do destino final. Lentamente, qualquer som exterior foi sumindo, ficando abafado aos meus ouvidos. Eu passei a não ouvir mais nada.

Uma luz tomou a frente dos meus olhos. Tentei analisar o que estava vendo, mas a imagem era incerta. Senti que era um ambiente familiar, e então, o rosto de Pietro apareceu para mim por alguns segundos. Eu parecia estar deitada, e ele, se aproximando, esperando que eu despertasse. Seu rosto tinha um sorriso bonito. Me disse algo, mas não entendi, não ouvi. Tentei fazer leitura labial.

— Você é forte, Wanda.

— O que? Eu não estou entendendo… — Minha voz tinha urgência, pois nem eu conseguia ouvi-la.

— Sempre foi mais forte do que eu.

E tudo foi embora do mesmo jeito que veio, num piscar de olhos. Senti uma presença perto de nós. Como estava com sono, só abri meus olhos ao ouvir Natasha me chamar. Vi Steve voltar a se sentar e deduzi que ele tinha sinalizado para que acordássemos. Eu ainda me sentia confusa por ter sonhado com Pietro.

— Nós já estamos chegando. — Natasha explicou ao perceber a minha confusão. Meu corpo estava pesado, revelando que eu realmente caí no sono por longos minutos. Minha namorada não parecia diferente, adormeceu comigo.

— Nós vamos pousar em cinco minutos, apertem os cintos. — Clint avisou de onde estava. Natasha se ajeitou do meu lado.

— Venha. — Pediu para eu me encostar. — Costuma ter um pouco de turbulência.

Sua mão se enlaçou na minha, pois sabia que aquela era só a minha segunda vez dentro de uma aeronave. Felizmente, tivemos uma aterrissagem tranquila. Fiquei de pé ao lado de Natasha enquanto esperávamos Clint e Steve saírem conosco. Peguei rapidamente na mão dela enquanto ninguém olhava, tentando passar a mensagem de que desejava imensamente que ficássemos bem. Quando os rapazes passaram na frente, ela me respondeu com um beijo rápido e discreto em minha bochecha, depois fechou a cara e soltou nossas mãos para não passar desconfiança. Natasha era a mulher mais protetora que eu já conheci, tê-la ao meu lado me faz sentir que sempre ficaremos bem.