Washington, dois meses atrás.
O rastreador embutido em sua coxa não deixaria que ela fosse muito longe, e pelo tempo que estava parada, com certeza já havia chamado atenção de seus superiores. Deveria seguir o roteiro, mesmo que tenha perdido o rastro do seu alvo, algo que nunca havia acontecido.
Yelena, nome que recorda ser o seu, estava sendo sobrecarregada por lembranças que de algum jeito estavam trancafiadas no fundo da sua mente. Ela se lembrava de Natasha, dos seus pais adotivos e de tudo que cercava este passado, como as canções do McLean. Como aquela canção.
As pessoas estavam cada vez mais alegres no bar, e ela viu a necessidade de sair dali o quanto antes. Estava se sentindo sufocada. Não sabia dizer se pelo ambiente ou pela confusão em sua cabeça. Conseguia ouvir os versos da música ficando mais baixos a cada passada que dava, contrariando seus pensamentos ficando cada vez mais altos. Um estranho, ao vê-la andar atordoada, ainda perguntou se ela precisava de ajuda. “Não enche!”, foi o que respondeu. Ao ouvir sua escuta dar sinais de que ela seria interceptada, se meteu no primeiro beco que encontrou. O ar gélido da capital saia de sua boca toda vez que suspirava tensamente.
— Agente 19 Penta na escuta. Status da missão.
— Fui descoberta. Demorarei mais do que o previsto para voltar à Sala Vermelha.
(...)
Sala Vermelha, um mês e duas semanas atrás.
Era irônico como seus dias em escritórios eram tranquilos enquanto fazia o mundo abaixo um completo caos. Dreycov mirava seus olhos na tela de um computador, observando em loop a gravação de horas atrás, quando Natasha Romanoff negociava a vida da sua namorada. Em específico, minutos antes disso, quando Wanda havia arremessado todos pela sala com sua magia, mesmo estando contida. Ele a achava fascinante. Seu celular começou a tocar na mesa e ele atendeu ao ler o sobrenome “Krasnov”.
— Uma aranha me contou que seu plano está caminhando.
— Ele teve que ser alterado, mas, sim, tudo indica que logo será posto em prática.
— O que houve?
— Digamos que tive um imprevisto. Uma Viúva crucial na execução desse plano não está presente hoje, está em Washington.
— Achei que Yelena viria antes.
— "BY" — Corrigiu. — E, sim, viria. Sem preocupações, Krasnov, tenho tudo sobre controle.
— Não perca meu investimento de vista, Dreycov.
(...)
Depois de ter sido apagada na entrada, Yelena despertou novamente. Havia retornado, preparada psicologicamente para fingir que não teve uma chuva de flashbacks há um mês atrás. Sentia que não estava segura o suficiente, mesmo que nunca tivesse questionado se o que fazia era certo ou não. Ela, assim como as outras, tinham seu cérebro alterado, forçando-as a acreditar que não havia nada de errado em tirar a vida daquelas pessoas. Como se fosse apenas um trabalho comum.
Ela era guiada ao encontro de Dreycov por Svetlana, a espiã que costumava encontrar diariamente. Yelena tentava explicar por cima a razão do seu descuido com a desertora, mesmo que estivesse omitindo. Quando estavam chegando à sala do General, passaram por celas que costumavam estar vazias, mas uma delas estava sendo ocupada, chamando a atenção de Yelena, já que a mesma estava fora há bastante tempo e não tinha noção do que estava acontecendo por ali.
— Espera, quem está ali?... — Parou e deu alguns passos para trás, semicerrando os olhos para tentar enxergar o espaço escuro. Quando seus olhos se acostumaram com a falta de claridade, viu um corpo apagado. Tinha cabelo cor de fogo. Yelena congelou onde estava. Sabia exatamente quem possuía aquele exato tom de ruivo. Foi como se estivesse em mergulho, impossibilitada de respirar. Natasha estava apagada na sua frente, apenas uma porta de vidro as separavam.
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Tudo Vermelho - Wantasha
FanficEntre paredes de concreto do seu atual "lar", Wanda Maximoff passava pela dor da perda de seu falecido irmão, Pietro Maximoff. Enquanto era orientada sobre sua nova rotina, descobre que sua treinadora seria ninguém mais ninguém menos que Natasha Rom...