Tudo Vermelho - Wantasha

Capítulo 11 - Torrões de Açúcar

Música temática

Fine Line - Harry Styles

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Wanda point of view

Luzes amareladas clareavam minhas pálpebras, abri meus olhos em contrariedade sentindo fios roçarem em minha bochecha. Aos poucos, tomei os sentidos do meu corpo e tentei identificar o espaço em que eu estava. Era o quarto de hóspedes separado para mim e Natasha, e falando nela...

— Bom dia — disse, ao me ver despertar. Parecia ter acordado há algum tempo, já que estava sentada na ponta da cama calçando uma bota marrom. Além de vestir uma calça diferente... De cor verde musgo. Seus lábios estavam levemente vermelhos, seu cabelo brilhava com a luz que invadia o ambiente, e foi assim que percebi ainda ser cedo.

— Oi. — Minha voz saiu rouca, meus olhos se fecharam com a tentação do sono. — Bom dia.

Me senti distante e iria adormecer novamente, mas fui impedida por um tapa leve no meu pé.

— Tá na minha cama. — Se ergueu do colchão, só depois disso caiu a ficha de que eu não sabia como cheguei ao quarto.

Me sentei ainda me acostumando com a claridade, prendi mechas atrás das orelhas e esfreguei gentilmente os olhos. Natasha estava de frente à cômoda colocando um cinto em sua cintura... Espera, cinto?

— Você vai sair? — perguntei, mesmo querendo não parecer intrometida. Ela se virou para mim.

— Na verdade, eu planejei algo para nós hoje. — Mexeu algumas gavetas, tirando outra calça de uma delas. — Quer dizer, você não precisa ir se não quiser...

— Bem, eu já acordei mesmo. — Deixei um bocejo escapar. — Mas não poderia ser de tarde, não?... E como eu vim parar aqui no quarto?

— Respondendo a primeira pergunta, não. — Jogou a calça na cama. — Já a segunda... Você não lembra?

Me olhou com uma cara receosa, como se escondesse algo. Eu neguei com a cabeça em resposta.

— A gente acabou, é... Dormindo na sala. Eu te acordei de madrugada para a gente vir para cá.— Voltou a vasculhar o móvel. — Você estava parecendo um zumbi de tanto sono, só entrou e se jogou aí no meu colchão, então eu dormi no de baixo.

— Ah... — Eu caí no sono com ela?! — Foi mal.

— Sem problemas, a viagem me deixou cansada também.

Encarei o chão ainda envergonhada, com certeza havia uma tela azul travada na minha testa. Levei minha atenção para a janela e às cortinas — essas de tom bege que transmitiam uma sensação pacífica. O céu estava limpo e vigoroso lá fora, e por mais que eu estivesse o encarando, o que Natasha falou estava rondando minha mente criando vários cenários visuais da situação.

— Antes da gente ir, hm... Qual sua opinião sobre montar a cavalo?

— Como é?

(...)

Lá estávamos nós estacionadas na frente de um estábulo. Isso mesmo, "Rancho Celeste" estava escrito acima do que eu imaginei ser o portão de entrada.

Natasha me contou que costumava vir aqui com Clint quando podiam para descarregar um pouco. Confesso que não esperava ser esses os planos de hoje, e mesmo que ela tenha deixado claro que não precisávamos ir se eu não quisesse, eu aceitei.

Desde que fui introduzida aos Vingadores, me sentia como uma criança perdida ouvindo orientações de adultos disciplinados. Mesmo que eu sinta lá no fundo que fiz a escolha certa, não me achava boa o suficiente ou que seria como eles, e quando vinham até mim era como se eu fosse uma completa coitada. Natasha não me fazia sentir-me assim, era por isso que eu não me importava em aprender o que ela poderia ensinar, até mesmo se fosse a andar a cavalo.