Natasha point of view
— Uma pizza portuguesa e uma de calabresa. — Sorrindo, ela estendeu as caixas para as minhas mãos depois que eu efetuei o pagamento.
Já eram oito horas da noite de sábado, o movimento era constante em comércios como pizzarias e restaurantes. Particularmente prefiro sair à noite, sempre a achei mais bonita que o dia, e a sensação de não ser vista sempre me confortou. Não estava tão frio hoje, meu cabelo médio estava descido no pescoço, aquecendo-me.
Levei Wanda para casa. Obviamente fomos questionadas pelos outros a razão da fuga durante a noite, mas conseguimos enrolar e inventar uma desculpa boba. Alguns parecem deixar para lá, já Sam, semicerrou os olhos em nossa direção dizendo que estávamos estranhas. Negamos de um jeito desengonçado, torcendo para ele não perguntar mais nada, o que foi difícil, já que reparou que o dia estava ensolarado e Wanda usava uma jaqueta de gola (era para cobrir seu chupão).
— Obrigada! E obrigada pela paciência também! — Agradeci duas vezes, pois passei alguns minutos encarando as opções no cardápio sem saber o que pedir. “De que sabor ela gosta?” Fiquei me questionando enquanto a atendente esperou pacientemente.
— Por nada, volte sempre! — Sorriu, acho que já estava acostumada com situações como essa.
Catei as duas caixas empilhadas dentro da sacola grande e guardei minha carteira. Quando deixei as pizzas sobre os meus braços, tampando o meu busto, ouvi a atendente me chamar outra vez:
— Moça! Você esqueceu o seu refrigerante!
Virei-me surpreendida e avistei o refrigerante de cola sobre a bancada, céus. Voltei o caminho.
— Obrigada de novo! Eu não sei onde estou com a cabeça hoje. — Afirmei envergonhada, colocando a bebida sobre as caixas e suspirando na tentativa de me manter atenta.
— É alguém? — Questionou-me, e por surpresa eu levei meus olhos aos castanhos que ela possuía. Pareceu arrependida. — Desculpe, é que trabalho aqui há bastante tempo, acabo percebendo.
Estava envergonhada, e eu muito mais. Seu comentário fez meus hormônios se acalmarem e finalmente pensar nos preparativos que eu tinha com mais calma. Sorri antes de responder, pois a imagem de um par de olhos verde-paraíso me veio à mente. Engraçado esse ser o nome da cor, fazia jus à dona.
— É, é sim. — Confirmei, como se eu não quisesse confessar. Seu rosto iluminou-se.
— Bom encontro, senhorita Romanoff. — Desejou-me e suavizei o meu rosto em surpresa, ela sabia quem eu era e mesmo assim me tratou com uma bondade enorme. Havia alguns meses desde o dia em que todo o meu passado foi exposto para o mundo.
— Obrigada… — Desci meus olhos para o seu crachá. — Betty. Obrigada, Betty.
Suas bochechas tomaram outra cor, acho que ela também sentiu-se querida.
Segui para o meu carro estacionado quase na frente da Número 28 Pizzaria, que foi de onde peguei as massas. Coloquei a compra no banco do carona e liguei a luz acima em busca do meu celular: estava entre os bancos. Antes de entrar no contato dela, olhei para frente mordendo levemente o meu lábio. Deitei o aparelho no meu colo e encarei as compras, uma arfada nervosa saiu de mim.
— Coragem, Alianovna. — Sussurrei para mim mesma, tentando manter-me mais ágil. Abri o Messenger e procurei pelo seu nome de contato. Meu olhar acabou esbarrando no horário, eu já estava atrasada.
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WandaOi. Pode me esperar no terraço
leste do Complexo?
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Tudo Vermelho - Wantasha
FanfictionEntre paredes de concreto do seu atual "lar", Wanda Maximoff passava pela dor da perda de seu falecido irmão, Pietro Maximoff. Enquanto era orientada sobre sua nova rotina, descobre que sua treinadora seria ninguém mais ninguém menos que Natasha Rom...