Capítulo 20

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Jhony

O que eu estava fazendo?

O que estava fazendo com a minha boca grudada na boca dela outra vez?

O que eu estava fazendo segurando essa garota pela nuca como se fosse minha?

Por que eu estava falhando com a minha palavra outra vez?

A beijei pelo motivo errado. A beijei por estar louco e não ter ar para apresentar qualquer resistência. Por desejo. Por tortura. Por marra. Porque não queria que fosse de outro. Porque o desespero de ter minha língua no céu da sua boca, parecia disparar através do meu corpo.

A beijei porque minhas dúvidas silenciavam quando suas mãos pequenas e delicadas mergulhavam por baixo da minha camiseta e rastejavam por meu tórax exatamente como ela fazia agora. Gentil, agressiva e covarde. Meus pelos eriçaram com a gelidez de seus anéis. Outra coisa eriçou. Aquelas mãos que um dia me atacaram com amoras... Deus, aquelas mãos que um dia segurei como um irmão mais velho, agora me faziam sentir coisas que fugiam do controle.

Eu não conseguia parar. Nem a ela e nem a mim.

Suas unhas desceram rasgando do peito até o meu abdômen... Machucava deliciosamente. Eu pirei.

A ergui no colo com a força de um único braço e, em um gesto rápido, entre beijos molhados de língua, a sentei sobre a cômoda sem me importar se haviam objetos prestes a cair. Ela abriu as pernas para que eu me acomodasse entre elas e prendeu meus quadris cruzando os tornozelos às minhas costas. Os braços perpassaram ao redor do meu pescoço e sua boca continuou a me jantar. Com prazer.

Desci as mãos por suas curvas e a puxei com tanta força, que ela não conseguiria fugir nem se quisesse. E não queria. A trouxe para mais perto e esqueci tudo de horrível fiz nos últimos anos, porque precisava muito fazer algo de bom por mim nos próximos minutos.

Então fechei os olhos e beijei Gabrielle como se aqueles lábios fossem feitos para mim. Com violência a ponto dos meus próprios lábios arderem. Eu queria morder um pedaço do seu coração para deixar a minha marca. Mais que isso. Queria uma mordida mortal no seu coração para impedir que um dia o desse inteiro para outra pessoa.

Egoísta.

Voraz.

Só queria ela inteira. Desesperadamente toda.

Coloquei as mãos atrás da sua nuca feito uma perigosa coleira enquanto a minha língua se afogava. A invadia. Era como se eu pudesse matá-la e revivê-la. Desejo, obsessão, ganância, hormônios.

A beijei.

Beijei demais.

Insanamente.

Céu da boca.

Dentes.

Gengiva.

Tudo que havia nas suas profundezas, toquei.

Lambi.

Intenso.

Língua macia. Sabor de vingança. 

Me faça pagar. Me puna por todos os momentos em que pude te beijar e não o fiz.

Jhony Trouble Onde histórias criam vida. Descubra agora