Capítulo 33

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Gabrielle

Levantei-me em um pulo e corri para alcançar a minha camiseta no chão. A vesti tão rápido, que quando dei por mim, já estava com a mão na maçaneta, encostando a porta novamente.

Com as costas grudada na madeira, um semblante gelado e temeroso, olhei para Jhonathan que tirava a camisinha suja de si e depois a enrolava na embalagem para jogar fora.

— Será que alguém viu a gente? — questionei ofegante, com todo o constrangimento do mundo.

Ele se levantou e alcançou a cueca. Subindo-a pelas pernas peludas, disse:

— A porta não abriria sozinha.

— Não pode ter sido o vento? — perguntei, mesmo com medo da resposta que chegaria até meus ouvidos.

— O vento precisaria forçar a maçaneta para baixo. Duvido que seja o que aconteceu — apontou. Soou exatamente como eu temia. —  Algum engraçadinho entrou aqui e precisamos descobrir quem foi.

Um canto dos meus lábios se curvou.

— Isso é ... Alguém viu a gente transando? Acha que alguém viu... tudo o que... a gente fez?

— Calma.

O encarei boquiaberta.

— Calma!?

— Me deixe pensar.

— Pensar?

— Sim, pensar. Ou vou sair matando qualquer um que eu ache que possa ter sido.

Encarei minhas pernas nuas... fiquei sem ar.

—  Meu Deus. E se a pessoa filmou a gente? A escola toda vai me ver pelada. Vai ver a gente... a gente... fazendo sexo.

Jhony se aproximou num instante. Pegou meu rosto nas mãos e com um olhar impenetrável, disse com suavidade a declaração mais assustadora que um garoto poderia dizer a uma garota:

— Esse corpo não será admirado por nenhum par de olhos que não sejam os meus. Vou descobrir quem entrou aqui e destruir completamente cada lembrança que essa pessoa tenha guardado de você. Acredite, não estou brincando.

Desacelerei, inalando o cheiro grave e urgente da sua respiração. Queria ter tido tempo de apenas aproveitar a sensação boa de termos nos entregado, queria reprisar esse momento por vinte e quatro horas por dia, mas o clima foi substituído pela preocupação.

— E se formos chantageados? — perguntei insegura, mas o choque inicial desapareceu. — Eu juro que arranco as vísceras dessa pessoa. Arrebento a cara dele ou dela.

Ele me deu um selinho sem se abalar com as minhas reclamações e olhou no fundo dos meus olhos, com seus olhos verdes que eu achava a cor mais linda do mundo.

— Quem teria coragem de chantagear uma garota que promete arrancar as vísceras de alguém? — brincou. Lancei um olhar atravessado. Ele me soltou para alcançar a sua roupa. — A gente vai dar um jeito. Vamos voltar para a sala assim que o sinal tocar e observar. Se for alguém de uma de nossas salas, esse engraçadinho vai se denunciar. Tente reparar se alguém está olhando estranho para você.

Jhony Trouble Onde histórias criam vida. Descubra agora