Capítulo 1- Um golpe de sorte ou apenas um tornozelo torcido?

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Estava igual uma maluca deixando ajustando layout sobre a corrida da F1 que iria acontecer no Brasil. 
Datas, horários, uma imagem boa de Interlagos com os carros correndo. E o texto que eu tinha corrigido alguns errinhos de português.
Meu diabinho, ás vezes, se perguntava como era possível um jornalista escrever com erros e não revisar. Puta me pariu dando pirueta. Olha aí fica difícil.
Finalizei a montagem e mandei oara a direção, para o marketing e T.I.

— Ufa. — Bufei, pegando a minha garrafa de água de inox lilás, me apoiando na cadeira de escritório desconfortável.
Ser estagiária é foda. E para alguém "velha" para ser estagiária como alguns outros estagiários disseram, era péssimo. A diferença entre eu e eles era de apenas 4 anos. Eu estava com meus 24.
Checo meu telefone e vejo a foto que eu tinha tirado no primeiro dia de estágio aqui na Band. Era quatro horas da tarde. Os jornalistas e seus assistentes ou estagiários já estavam se programando para partirem para os campeonatos que estavam tendo. Era a reta final dos campeonatos, e eu ainda era a estagiária "geral" que cuidava de entregar, corrigir e montar os layouts para o site.
Uma notificação aparece do meu amigo e secretário do diretor, Antônio.

"Aninha Carolzinha Morgadinha, o chefe tá te chamando."

" Toni, ele tá com cara de puto?  Não quero ser despedida, antes de ser assistente da Mari."

" Calma, Aninha, ele não tá não. "

Desliguei o celular e segui para a sala do chefe com passos largos e rápidos e pensei em tudo que poderia dar de errado. Eu pessimista? Jamais tô mais pra uma realista negativa.
  Cheguei em frente a mesa do Antônio que estava com seu sorriso ansioso de sempre enquanto me observava.

— Estou aqui. — Disse colocando as mãos dentro dos bolsos da calça jeans.

— Bem, pode entrar, acho o nosso caro senhor Silveira já te viu. — Disse ele sussurrando e olhando de canto de olho pelas grandes paredes de vidro temperado que mostrava a sala do diretor da redação.

— Ok. — Enguli à seco.

Segui para a porta de vidro com maçaneta de tom bronze e madeira. Coloquei minha cabeça para dentro e o corpo ainda aguardava para fora.

— Sr. Silveira. Me chamou? — Perguntei observando o homem de meia idade olhando a tela do computador com os óculos quase minúsculos perto perto seu nariz.

— Ah. — Ele me olhou. — Entre, Ana Carolina.

— Obrigada. — Disse  entrando na sala, mas com calafrios por ter que corrigir ele. — É Ana Carol, senhor.

— Perdão? — Disse ele ainda escrevendo.

— Meu nome é Ana Carol.

— Nossa, que Interessante.

Sempre a mesma reação. Meus pais não podia colocar Ana, ou Carol, ou Ana Carolina que e comum. Não eles colocaram Ana Carol. Colocasse logo Ana Lua ou coisa do tipo.

— Bem, o está tudo bem? Eu cometi algum erro?

— Não, não. Ana, eu sei que você entrou com ajuda do diretor da sua escola aqui. E sei onquabto você se esforça. Por isso eu te coloquei como estagiária geral, mas acho que está na hora de você se tornar estagiária de alguém que você admira. 

Meu coração tava quase saindo da boca.

— O assistente da Mariana Becker, torceu o tornozelo enquanto estava na corrida passada e ele não se comportou por assim dizer.

— Desculpa perguntar mas como ele conseguiu isso?

— Ele foi tirar foto com o toro, só que ele achou que fosse uma vaca e achou que o treco do touro fosse as tetas...aí.

— Ok. Já entendi, o touro correu atrás dele  e provavelmente ele caiu, né.

— Sim. — Disse Silveira. — Bem. Antes de ir embora, passe no RH da redação esportiva. Já te adicionei no grupo do WhatsApp da equipe de Formula 1. Passaporte, sei que vice já tem a questão dos vistos e etc, o Rh também resolve.

— Eu vou acompanhar todas as outras corridas? Ou apenas Interlagos?

— Todas. E pelas matérias que você corrige e coloca um toque seu, quem sabe você não vire a próxima jornalista de automobilismo da band.

— Ok. Muito obrigada, Sr. Silveira. — Agradeci, saindo da sala.

Olhei para Antônio.

— Me encontra na copa em 5 minutos. — Disse para ele enquanto caminhava até o banheiro e ligava para minha vó.

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— Aaaaa! ANINHA! — Disse Antônio pulando abraçado comigo.

— Eu consegui, vou trabalhar com a Mari.

— Menina, eu tô tão feliz por você amiga. — Disse ele separa do nosso abraço.

— Eu vou escrever sobre formula 1 e ajudar a minha maior ídola.

— Eu sei. Mas assim. Eu sei que tem um crush no gostoso do Sainz. — Disse ele — Vai que o espanhol começa nos teus encantos.

— Para! Primeiramente ele namora. Segundamente ele não olharia para uma mera mortal. — Disse saindo da copa e checando o grupo de Formula 1. 

Enviaram o itinerário com todos os horários. Amanhã iriamos no hotel e de noite teria um noite de gala antes da corrida e todos teriam que ir.
Meu espírito de senhora sofre nesse último quesito.

— Bem. Arrase, mona. Que eu sei que você consegue. — Disse Toni me dando outro abraço. — Tenta me arranjar um autógrafo do Ricciardo ou do Alonso.

— Não prometo nada.

Bring me back to life. (CARLOS SAINZ) Onde histórias criam vida. Descubra agora