Capítulo não revisado.
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Rindou havia me chamado para sua casa para ficarmos um pouco a sós, pois segundo ele, estava com saudades.
Aceitei e ficamos deitados no sofá juntos, olhando a vista das grandes janelas de sua sala, eu adorava ter aquela visão.
– Você realmente gosta de ver a cidade iluminada a noite, né? – Rindou dizia enquanto acariciava meu cabelo.
– Muito. Desde novinha fui apaixonada pela noite, e meu sonho também era morar em uma casa assim, que eu pudesse ver a cidade todinha e ver o quanto ela fica agitada durante a noite.
Depositou um beijo no topo de minha cabeça e então me puxou, me levando para a varanda de seu apartamento. O ambiente era confortável e aconchegante.
Me deslumbrei tanto com a vista que nem percebi quando Rindou pegou um cigarro e acendeu, começando a fumar enquanto olhava a cidade junto a mim.
– Não sabia que fumava.
– Não fumo.
– E, no entanto, está com um cigarro entre os lábios. – Eu ri, não entendendo o que ele queria dizer.
– Bom, não fumo com frequência ou com vício, apenas quando quero pensar em paz ou obter respostas. Sanzu me indicou, disse que era ótimo para clarear as ideias. – Riu sem acreditar que havia seguido algum conselho do homem que mal ficava sóbrio. Estendeu o cigarro de maconha para mim, aceitei apenas um trago para experimentar.
– E o que você tanto pensa, senhor Haitani?
– Você já se apaixonou por alguém? E como saber quando você realmente ama alguém? – Eu de verdade não esperava essa pergunta.
– Não sei. Eu nunca me senti amada, não tenho pai e minha mãe parece que me odeia, sem querer me vitimizar, mas nunca presenciei o amor nem na minha infância e nem na adolescência. O único amor mesmo que senti foi pela minha filha quando ela nasceu, e também pela minha irmã, claro.
Não olhei em seus olhos enquanto respondia. Meu olhar continuava fixado na praia um pouco mais distante, mas perto o suficiente para eu conseguir ouvir o mar.
– E como é o amor?
– Eu o descreveria como a necessidade de cuidar da pessoa, querer estar com ela e querer o bem dela, se sentir bem com ela... não sei, mas é um sentimento bonito que, ao mesmo tempo que te tranquiliza também te preocupa, te traz certeza e te traz dúvida ao mesmo tempo, conforto e euforia... acho que é o mais próximo disso. Por quê?
– Sendo assim, acho que posso dizer que estou apaixonado, por você.
Havia sido pega de surpresa, não esperava isso vindo de Rindou, ainda mais naquele momento. Estávamos ficando a quase um mês e os momentos junto dele estavam sendo incríveis, mas meu passado não deixava com que eu imaginasse que alguém poderia se apaixonar por mim.
– Isso é algo muito sério para se dizer assim, Rindou. Você tem certeza?
– Sim e não, é como você disse, causa certeza e dúvida, mas eu sei que gosto de você mais do que deveria. Não acredita?
– Ai ai... – Negava com a cabeça enquanto sorria, me virei para ele olhando em seus olhos. – Talvez eu também tenha me apaixonado por você, Haitani, mas não consigo acreditar que alguém tenha sentimentos genuínos por mim.
– Eu entendo que você deve ter sofrido no passado, mas peço por favor, deixa eu demonstrar o que sinto por você?
– Deixo, mas quero que demonstre com atitudes, não com palavras.