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Capítulo não revisado.

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– Algum problema?

Rindou estava apreensivo pela minha reação. Se sentou ao meu lado enquanto eu criava coragem para contar. Eu tinha medo que fosse demitida ou acontecesse algo pior por trabalhar para um dos rivais da Bonten.

– Você lembra que eu disse que trabalhava em uma boate também?

– Sim, lembro da história toda. O que isso tem a ver?

– O dono da boate, meu outro patrão, é o Kisaki Tetta.

– Puta que pariu. – Rindou disse baixo suspirando, colocando ambas as mãos em seu rosto para assimilar a informação.

– Eu entendo se preferirem me demitir, sei que é arriscado manter uma pessoa que trabalha pro inimigo por perto.

– Relaxa, a gente vai dar um jeito. Mas precisamos contar ao Manjiro o mais rápido possível. – Me deu um sorriso para tentar fazer com que eu me tranquilizasse.

Saber que teria que passar a situação para o Manjiro me deixou ainda mais apreensiva. Não sabia se ele teria compaixão comigo, e tinha o leve pressentimento de que ele iria me matar.

Rindou ligou para Manjiro para saber se ele estava livre, pois tinha algo importante para conversar. Manjiro pediu para ele ir até sua sala.

– Vem, vamos lá agora.

Foi em direção a porta e me esperou. Reuni toda a coragem - que não era muita - e o segui. A sala de Manjiro era no mesmo andar das salas de reuniões, aparentemente era a maior que tinha.

– Rindou, tem certeza que é a melhor opção? – Quebrei o silêncio enquanto íamos até o elevador. Apesar do problema todo ser meu, Rindou parecia nervoso também.

– Princesa, é a única opção se você quiser resolver isso. Quanto mais cedo o Manjiro souber, maior será a possibilidade de dar tudo certo, o que não podemos é deixar ele descobrir sozinho. E já aviso que vou ter que contar tudo, até a questão da Kiyoko.

Minha expressão ficou ainda mais negativa do que já estava. Como se já não bastasse meu problema com Kisaki, agora teria que expor toda a minha vida e a minha filha. Quando entrei na Bonten, Rindou havia dito que eu não correria nenhuma risco, e agora, estou envolvida até o pescoço.

– Fica tranquila que vou estar ao seu lado a todo momento, tá bom? – Fui surpreendida por um beijo carinhoso de Rindou.

Não demorou muito para que já estivéssemos na sala de Manjiro. Eu e Rindou estávamos sentados lado a lado em frente ao Sano. Estava sem coragem de começar, mas o Haitani estava ali para me apoiar. Colocou uma mão em minha coxa, me dando incentivo para começar logo.

Contei tudo ao Manjiro que apenas me ouviu em silêncio. Contei toda a história sem poupar detalhes, queria deixar tudo transparente para que ele não duvidasse de mim.

– Que maravilha... – Foi a única coisa que ele disse quando terminei de contar. Ficamos alguns segundos em silêncio, quando ele finalmente torna a falar. – Matsuno, você pode esperar um pouco lá fora? Quero conversar a sós com o Rindou.

Sai da sala e fiquei na parte das reuniões sentada no sofá. Cada segundo fora daquela sala pareciam anos, e eu já não estava mais aguentando a tortura de não saber o que aconteceria comigo.

Alguns minutos depois, Rindou veio até mim, me dando a mão para que eu levantasse do sofá e me conduzindo até o Manjiro novamente.

– Fica tranquila e só aceita o que ele falar, está bem? – Confirmei com a cabeça e entrei na sala, me sentando onde estava.

𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐟𝐫𝐨𝐦 𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐥𝐢𝐯𝐞𝐬 - Rindou HaitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora