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Capítulo não revisado.

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Chorava desesperada sentada no sofá daquele escritório. Minhas mãos tremiam de forma brusca juntamente ao restante do meu corpo, que estava inquieto. Respirava fundo, tentando puxar o ar que fugia de meus pulmões.

Pude ver Rindou abrir a porta, me olhando com um olhar de pena. Sabia que ele estava preocupado, mas não queria passar mais desses problemas para ele, sentia que ele já estava envolvido demais na bagunça que era minha vida.

– Por favor, vai embora. Eu quero ficar sozinha. – Pedi.

– Não, eu não vou te deixar sozinha. Caralho, S/N, para de querer passar por momentos difíceis sozinha.

Rindou de agachou no chão ficando em minha altura, agarrando minhas mãos inquietas. O puxei para um abraço, chorando em seu ombro e tendo certeza de que molhava toda a roupa do mais velho. Ele não se importava com isso, queria apenas me ver bem. Acariciou as minhas costas em forma de demonstrar apoio, dizendo em vários momentos para eu colocar para fora e dizendo também que ele estava ali para tudo que eu precisasse.

– Eu estraguei a porra da minha vida, estraguei a vida da irmã, e eu estraguei a vida da minha filha. Você tem noção da merda que eu fiz, Rindou?

Falei pausadamente quando consegui me acalmar o mínimo suficiente para conseguir falar. Mesmo assim, soluçava de chorar, me sentia uma criança tentando conversar após uma birra.

– Você não fez merda, meu amor. Você quis salvar a sua amiga, você quis me salvar. Tem um coração tão bom que não se importou em se atirar contra 20 homens só para ajudar aqueles que você gosta.

– Mas a troco de quê? A troco da vida da minha filha? Porra, ela nunca vai poder ter uma vida normal, agora vai ter que viver fugindo de tudo por culpa da mulher que devia a proteger.

Rindou nem sabia o que falar. De fato, eu coloquei a vida daqueles que eu gostava em risco, mas havia sido por uma boa causa. Tentava buscar palavras de conforto enquanto acariciava minhas costas, sem soltar o abraço.

– No momento em que peguei naquela arma eu assinei minha sentença, e a sentença dos meus familiares também, eu sei.

– Para de falar como se já estivessem mortas, por Deus! Eu prometo que vou te proteger, S/N, e prometo proteger a Kiyoko. Todos nós da Bonten faremos de tudo para manter vocês em segurança, isso eu garanto. Você pôs sua vida em risco para nos ajudar, isso ficará para sempre marcado na gente.

– Eu acho que matei um dos homens lá. Eu sei que um dos que eu atirei caiu, provavelmente morreu pelos tiros. Fico pensando na vida que ele tinha, se ele tinha família ou filhos... eu não tinha esse direito, Rindou.

– Ele era uma pessoa ruim, meu amor. Tem que entender que ou era eles, ou éramos nós.

– Vocês também são pessoas ruins! Eu também sou uma pessoa ruim! E mesmo assim eu não tinha esse direito, eu estou me sentindo péssima.

O abracei mais forte, tentando recuperar minhas forças. Rindou ficou a todo momento comigo, conversando para eu poder me acalmar. Me deu um remédio calmante e pediu para que Ayumi ficasse com Kiyoko, tendo em vista que eu não estava bem para poder fazer bem a pequena.

Assim que me acalmei, voltamos para a sala de reuniões por ordem do Manjiro. Ele queria conversar sobre o assunto ainda hoje, já que a situação estava ficando mais séria, então não tinha como esperar muito tempo.

Me sentei no sofá junto deles, minha cabeça latejava de dor por tanto chorar e meus olhos estavam inchados, mas ao menos estava mais calma. Estava sentada ao lado de Rindou e Kakucho, que me abraçou meio sem jeito perguntando se eu havia melhorado, respondi com a cabeça forçando um sorriso, ele sabia que eu não estava.

𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐟𝐫𝐨𝐦 𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐥𝐢𝐯𝐞𝐬 - Rindou HaitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora