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O almoço em si, estava correndo perfeitamente bem, o clima agradável entre amigos que não se viam a muito tempo, mas que continuavam com a mesma amizade de anos, tomava conta do lugar de forma confortante.

Kakucho estava certo, eles comiam bastante, eu previa que não sobraria quase nada do almoço, o que era bom, pelo menos senti que meu trabalho não havia sido em vão e eles estavam gostando da comida.

A ideia era Alyssa de alguma forma tirar as crianças e Emma da mesa, eu precisaria ficar ali por ser parte da Bonten, então era de meu interesse também.

Alyssa aproveitou que as crianças e Emma já haviam terminado de comer e ofereceu sobremesa para os menores, e pediu ajuda para Emma e aproveitou para enrolar ela longe da mesa.

– Não, mas nem fudendo. – O homem com tatuagem de dragão falou assim que ouviu a proposta de Manjiro. Engoliu a comida com certa brutalidade e colocou os talheres sobre o prato fazendo um certo barulho.

– Qual é, Draken? Eu topo, pelos velhos tempos. – O homem de cabelo alaranjado falou, levantando a taça de vinho.

– Pelos velhos tempos. – O homem de tatuagem de tigre falou, levantando sua taça também. Aos poucos, todos presentes também estavam fazendo o mesmo, exceto Ken.

– Na moral, vocês tão ficando malucos? Todo mundo aqui tem uma vida fora dessa, vão realmente jogar tudo fora?

– Kenzinho, quando nos separamos, combinamos que iríamos nos ajudar em qualquer situação.

– Mas isso vai além dos limites de ajuda, caralho! Mikey, eu tenho uma família agora, eu tenho filhos. Eu não aceitei fazer parte da Bonten justamente porque minha vida agora é outra, não dá pra simplesmente dar tchau para meus filhos num dia e correr risco de morrer no outro.

– O pah também tem filhos e aceitou. Eu estou pra ter um filho e estou nessa, o que custa você fazer o mesmo? – Ran falou, se ajeitando na cadeira o olhando com um ar entediado.

– Agora eu sou errado por ser o único pai consciente nessa mesa? Vocês só podem estar de sacanagem... e outra, se você morrer nessa porra, seu filho nem sequer nasceu, não vai sentir falta.

– Foi escroto, pegou pesadíssimo. – A platinada falou pegando um pouco mais de comida, já estava em seu terceiro prato.

– Eu só estou te pedindo ajuda por um dia, um único dia. Eu vou dar total apoio financeiro e segurança em relação à polícia, eu só peço um único dia.

– Você não me fez vim até aqui com duas crianças pequenas pra me propor uma merda dessa, não é possível. – Ele suspirou pesadamente, passando a mão por seu rosto pra se acalmar. – Você acha que essa porra e um videogame, só pode.

Manjiro estava para desistir, o Ken não havia aceitado, mas o resto do grupo sim, já seria de grande ajuda, mas eu não pude ficar quieta. Eu não conhecia aquele homem até algumas horas, mas eu precisava tentar.

– Eu também tenho uma filha, e estou sim, jogando a porra da minha vida fora pra tentar acabar com essa merda, por ela. Sei que você não me conhece e não tem nada a ver com a minha vida ou meus problemas pessoais, mas quero que saiba que entendo sua preocupação e receio, mas por favor, ajude a gente com essa, é um pedido de uma pessoa que sabe a luta que é ter um filho. – Ele ia abrindo a boca quando Rindou continuou o meu pensamento.

– O Kisaki é louco e obcecado por ela, vem a perseguindo durante anos e agora a bomba está estourando, matou sua mãe, sua irmã, e quem será a próxima pessoa? Um de nós? A nossa filha? Ou ela mesma? Eu te peço de coração que nos ajude, pense no amor que sinto por ela como o amor que você sente pela Emma, e pense mais carinhosamente na proposta. – Abaixou a cabeça como forma de demonstrar vulnerabilidade.

𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐟𝐫𝐨𝐦 𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐥𝐢𝐯𝐞𝐬 - Rindou HaitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora