4.5

241 22 86
                                    


Os olhos de Rindou ferveram ao ler o bilhete. Jogou o presente com raiva sobre a mesa ao nosso lado, virando seu corpo para ir sabe se lá Deus onde. Segurei o braço dele, o trazendo para perto de mim novamente.

– Ei, onde pensa que está indo?

– A gente tem que falar com os outros, se esse filho da puta inventa de entrar aqui a gente se fode, não temos nada para nossa segurança.

– Amor, calma. Se ele fosse fazer algo agora, ele já teria feito, não ia me mandar presente para nos alertar, sua única intenção é assustar a gente. Relaxa, vamos aproveitar a nossa festa e depois falamos com o Manjiro.

– Mas e se ele quiser entrar aqui?

– A gente contratou seguranças justamente para cuidar da nossa segurança, então por favor, confie em mim.

Ele assentiu, suspirando e voltando a me abraçar. Eu tentava o tranquilizar sendo que estava tão preocupada quanto, mas não iria deixar nada e nem ninguém estragar o meu momento, ou melhor, o nosso momento.

Aos poucos, Rindou foi ficando mais calmo e se tranquilizando mediante a situação, mas nós dois tínhamos plena certeza que não daria para fugir de Kisaki pra sempre, uma hora, teríamos que nos enfrentar.

Nos juntamos aos outros na mesa separada para a Bonten e para os amigos mais próximos dos noivos, claro que não excluímos os outros convidados, mas ficamos mais em quem já tínhamos um vinculo maior.

Nem todo mundo estava ali presente na mesa, o que era normal, ninguém vai pra um casamento pra só ficar sentado. Exceto Alyssa, que se eu vi três vezes em pé foi muito, já que sempre que ela queria comer ou beber algo, Ran que estava fazendo o serviço de ser o garçom dela.

Reparei Kiyoko vir correndo em minha direção, ela passou o tempo inteiro brincando com as outras duas crianças, obviamente, sempre em nosso campo de visão.

– Mamãe! – Puxou meu braço, eu me inclinei na cadeira para poder ouvir com clareza o que ela queria me dizer, vendo a mesma agarrar minha nuca e abaixar ainda mais o meu rosto, falando em meu ouvido em seguida. – Eu quero fazer xixi.

– Vem, mamãe vai te levar lá. – Me levantei, avisando para Rindou que iria apenas ao banheiro.

Era claro que Kiyoko já sabia usar o banheiro sozinha, mas com aquele vestido volumoso era querer demais que ela conseguisse usar corretamente o banheiro e sozinha, até eu precisaria de ajuda quando desse vontade.

No lugar alugado havia banheiros femininos e masculinos, tendo várias cabines e pias para comportar a quantidade de pessoas, mas seria difícil ajudá-la naquela cabine apertada e ainda enfrentar o banheiro que provavelmente estaria lotado de pessoas.

Fomos então para o banheiro reservado para os noivos, que era um banheiro privativo, que somente os "autorizados" tivessem acesso.

Ao abrir a porta, me surpreendi com o que havia visto. Coloquei a mão nos olhos de Kiyoko ao mesmo tempo que empurrava ela para fora do campo de visão.

Eu esperava qualquer coisa, menos ver Hanma e Sanzu se pegando naquele banheiro. Hanma durante o beijo tinha a mão agarrada a bunda de Sanzu que, enquanto estava sendo encurralado na parede, tinha a mão por dentro da calça do mais alto.

– Haruchiyo?! Você não era hétero?

No momento em que ouviram a porta se abrir e em seguida ouvirem minha voz, me olharam com os olhos arregalados de desespero, demorando alguns segundos para terem a reação de fechar a porta em minha cara.

– Filho da puta, eu falei pra você trancar a porra da porta!

– Não dava pra imaginar que alguém fosse usar justamente esse banheiro, caralho!

𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐟𝐫𝐨𝐦 𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐥𝐢𝐯𝐞𝐬 - Rindou HaitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora