Me levantei no exato momento em que ouvi o que Hanma falou. Peguei o celular em minhas mãos e o aproximei de mim, ainda deixando no viva-voz para Rindou conseguir ouvir também.
– Como é que é? Me explica isso direito.
– Pois é, gat... S/N – Se corrigiu, lembrando do aviso de Rindou. – Nem eu entendi direito, mas aparentemente ele não sabe que agora estou com vocês, vou tentar descobrir alguma coisa.
– Porra, tô sentindo que isso vai dar uma merda do caralho!
– Relaxa que eu sei me cuidar. Pelo que ele falou, Kisaki só acha que me mataram, o que é entendível, já que nas câmeras viram o Sanzu me metendo tiro e eu sumi, então relaxa.
– Tudo bem. Vê se toma cuidado e vai me avisando qualquer coisa. – Desliguei, me sentando na mesa de Rindou. – Juro que não estou aguentando mais.
– Eu devia não ter ouvido o Mochizuki, devia ter ido conferir se aquele filho da puta estava mesmo morto.
– Não. Se você tivesse sido teimoso, era capaz de você estar morto, assim como todo mundo. Nós vamos dar um jeito, eu sei que vamos.
– Vamos, mas quantas vidas mais isso vai custar?
– Nenhuma. Nós vamos resolver isso sem mais ninguém morrer, eu confio no nosso potencial. – Falei convicta a eu mesma matar Kisaki.
– Quer saber, foda se essa merda de trabalho. – Desligou o computador, sem nem salvar o que já tinha feito. – Nós precisamos de paz, não dá pra eu ficar aqui me matando de trabalho e ainda ter que resolver coisa com esse desgraçado. Depois me resolvo com o Manjiro.
– Amor, temos coisas mais importantes para resolver agora.
– Não, não temos. Eu preciso desse descanso, se não eu surto.
Ele se levantou, deixando seus óculos na gaveta da mesa e pegando seu celular e a minha bolsa na intenção de a carregar por mim. Abriu a porta e ficou de pé em frente a ela, segurando a porta para eu passar primeiro.
Fomos até o estacionamento e entramos no carro, começando a dirigir pelas ruas da cidade. Eu estava tensa, não sabia o que iria acontecer agora que Kisaki estava vivo, mas eu sabia de uma coisa: eu iria matar ele.
Rindou sempre foi muito observador, sabia que eu estava mal mesmo sem eu dizer uma única palavra. Puxou minha mão, a beijando sem tirar os olhos da estrada, em seguida a colocando por cima da marcha para que pudesse dirigir sem precisar soltar minha mão.
– O que acha de irmos amanhã mesmo? – Perguntou ao pararmos no sinal vermelho.
– Não esta muito em cima da hora não?
– Pra mim, está na hora perfeita. Mas você decide, o que quiser, será feito.
– Amanhã então. – Sorri, sentindo novamente minha mão ser beijada pelo mais velho.
– A Kiyoko já tem passaporte?
– Não, nunca fiz, a gente mal tinha dinheiro para comer, quem dirá pra viajar.
– Vou falar para liberarem o jatinho então. Quando chegarmos, já vai preparando a sua mala.
Chegamos em casa e Kiyoko já estava nos esperando na sala, ela correu para nossos braços nos dando um abraço apertado, daqueles que ela sempre costumava dar.
– Mamãe, você pode me ajudar em uma atividade? Estou tendo dificuldade nela.
– Claro, meu amor. Vamos lá?
– Vou ir organizando as coisas, tá? Que aí tenho tempo livre pra te ajudar nas suas. – Rindou me deu um beijo de despedida e subiu para o quarto. Kiyoko me guiou até o sofá, onde Kokonoi também estava.