Capítulo 34 - O amanhã

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NARRADOR

Para amar é uma luta eterna

dome-me com sua ternura

E quebra meu frágil coração

Facilmente e elegantemente

Despedace o meu mundo

― Você não precisa desse violão, tem mais de um no Brasil, que diferença faz deixar esse aqui? ― Cintia perguntou, estavam as duas sentadas no sofá enquanto Dona Dulce preparava um chá.

― Você sabe muito bem que aquele é especial, não sei explicar, simplesmente o amo mais e outra, as folhas com as minhas composições estão na capa, tem algumas que não mandei para o Monteiro. ― a morena falou impaciente, Alice já estava demorando.

― Você tem certeza de que quer ir? Não quero me intrometer, mas... ― Paula levantou a palma e impediu a prima de continuar.

― Eu não quero passar por isso de novo. Só quero sair daqui logo e começar a trabalhar. ― a morena disse com pesar fingindo olhar as unhas.

― Você nem a deixou se explicar, toda história tem dois lados eu só acho que... ― de novo não pode terminar sua fala.

― Cintia eu sei, eu sei, eu só não quero ouvir aquele papo de ― a morena fez aspas com as mãos. ― Eu posso explicar. ― os olhos castanhos marejaram, mas a morena respirou fundo e engoliu a bile garganta a baixo, ajeitou a postura e decidiu não pensar mais sobre aquilo.

― Tudo bem, então. ― Cintia desistiu de tentar argumentar.

― Então estamos bem! ― Paula disse por fim, convencida de que aquilo havia terminado.

No centro de Dublin, Stella andava de um lado para o outro dentro de seu apartamento, inquieta pela situação em que se encontrava e sem chances ou expectativas de que viesse a melhorar. O que poderia fazer?

― E aí? ― Alice perguntou se levantando.

― Eu deixei isso acontecer e agora preciso aceitar, não é? ― falou cansada e respirando fundo.

― Você sabe que não precisa ser assim. ― Alice se aproximou da amiga e tocou-lhe a face, fazendo carinho na bochecha rosada.

― A minha vida é assim, sempre vai ser assim. ― a loira disse levando as mãos para o alto.

― Para de falar isso. ― ordenou a ruiva. ― Você tem que ir atrás dela, tentar se explicar. ―Alice abraçou a amiga.

A postura rígida da loira cedeu e ela se entregou ao abraço da amiga chorando no ombro da mesma, deixou-se esvaziar e apenas aproveitou o abraço apertado com que Alice a recebia.

― Você está fedendo a cerveja, sabia? ― Alice alfinetou, Stella soltou uma gargalhada melancólica.

― Eu tomei algumas garrafas. ― sorriu.

― Vamos comigo? ― sugeriu Alice.

― Eu não posso Ali, me desculpa ― a loira saiu do abraço, levando as mãos ao rosto e secando as poucas lágrimas.

― Como não pode? Ela é sua mulher! ― a loira riu alto. ― Você está se ouvindo? ― Alice disse indignada pela falta de compreensão da amiga.

― Ela não é minha mulher, nunca foi, isso já estava comprometido antes mesmo de começar e agora ela é... ― respirou fundo. ― Agora ela é uma mulher livre. ― falou com pesar. Aquilo a machucava, admitir que havia perdido Paula.

Descobrindo-meOnde histórias criam vida. Descubra agora