Prólogo

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PAULA


No momento eu não sei o que eu sinto, não sei se é alegria ou outra coisa que não sei explicar, eu achei que fosse durar sabe...  Achei que fosse um amor para a vida toda, pensei que seríamos parceiros de vida, mas acabou, eu quis terminar e ele disse que a decisão era minha, não sei se foi egoísmo da minha parte, afinal fomos felizes por quatro longos anos. Mas com o passar do tempo eu não me sentia plena como deveria, meu coração não palpitava a cada vez que eu o olhava ou quando ele sorria pra mim. O amor se esfriou e eu precisei ir embora, eu canto o amor, eu o componho, e se eu não o tiver que sentido tudo isso tem? Mas apesar dos pesares eu desejo a ele toda a felicidade do mundo, eu desejo que ele ame alguém novamente assim como eu farei. E é por esse motivo que estou viajando, quero ir para longe, dar um tempo nas emoções, me reinventar, descobrir coisas novas.

Nesse momento me encontro já no avião indo para um novo país. Serão três meses em um lugar maravilhoso e cheio de vida, três meses somente para mim, eu sempre me preocupo com todos, seja família ou amigo, mas agora é minha vez de me preocupar somente comigo. Meu destino: Irlanda. Parece estranho escolher um destino assim, mas eu quero tirar um tempo. Descansar e descobrir-me, quero conhecer os castelos, sempre gostei de contos de fadas, quero os dias cinza; que me fazem pensar e escrever, quero as paisagens belas e a beleza da sua natureza verde, quero que meus olhos apreciem e guardem tudo em minha mente.

― Você tem certeza, Paula? - a voz da minha prima Cíntia tira-me dos meus pensamentos. Depois da minha mãe Cíntia é minha melhor amiga e insistiu muito para vir comigo e para não ficar sozinha trouxe o namorado, Márcio, um dos tocadores da minha banda e grande amigo.

― Sim, eu tenho. - aperto suas mãos entre as minhas passando-lhe uma certeza que eu não tenho ainda. Depois de longas horas o avião estava pousando e meu coração martelava no peito. Agora não tinha mais volta, eu me permitiria viver cada momento dessa viagem, intensamente. Li uma vez que fazer as malas também é um meio de organizar as coisas, então eu estou no caminho certo.

Saímos do aeroporto e fomos de carro até Dublin, optei pelo caminho mais longo, queria aproveitar a vista. Minha prima e o namorado estavam conversando sobre algo que eu não fazia ideia, eu estava absorta em um mundo só meu contemplando a paisagem linda da estrada. A paisagem ia mudando à medida que chegávamos a capital, os prédios começaram a aparecer e meus olhos brilhavam com tudo.

Eu havia chegado. Respirei fundo e desci do carro olhando em volta, eu não queria perder nenhum detalhe. Aluguei uma casa em um condomínio, nem grande e nem pequena, seria só eu. Cíntia também alugara uma que ficava três casas depois da minha. Despedimos-nos por hora e o porteiro me ajudou com as malas. Quando abri a porta inalei o cheiro amadeirado da casa, eu pedi para uma equipe trazer minhas coisas e instalarem na casa, estava tudo a minha cara. Havia um piano na sala e ao lado o meu violão, a lareira à frente o grande sofá vermelho, tudo me encantava, fui andando e explorando o lugar, a cozinha bem aconchegante, um corredor grande com banheiro e dois quartos, o de hóspedes e o outro com suíte que seria o meu.
Instalei-me no quarto e tomei um banho na banheira demorei mais que o normal, tirei toda a tensão que me consumia. Passei um café e fui para a varanda da casa, a vista era uma das melhores, a brisa me fazia suspirar. Fiquei por ali degustando a xícara de café fumegante, por ser cantora e viver em shows, muitos deles feitos de madrugada eu me acostumei a tomar café sempre, para me manter acordada. Pretendo mudar para algo menos viciante, como chá.

As horas seguintes dediquei-me a arrumar cada detalhe da casa, espalhei fotos da minha família, assim poderia diminuir a saudade. Quando já estava anoitecendo fui tomar um banho e me arrumar. Cíntia, Márcio e eu iríamos a um pub bem conhecido aqui em Dublin, sairíamos para beber e conhecer pessoas, Márcio insistiu para que eu fosse, normalmente eu não saiu muito para beber, como cantora preciso poupar a voz e cuidar bem da garganta, mas já que ficaria três meses de férias eu poderia abrir mão das dietas e regrinhas, mas sem exagerar. Estava terminando de passar batom quando ouço a buzina de um carro e logo em seguida meu celular apita com uma mensagem.

Descobrindo-meOnde histórias criam vida. Descubra agora