Não muito distante dali, Stella dava pulos de alegria, ela veria a morena linda e gostosa do bar novamente. Gostosa do bar era como Stella chamava Paula na sua cabeça. Durante toda a noite naquele pub Stella observou Paula, sabia que a morena era diferente, bastava ver a forma como Paula se comportava no recinto, aquele lugar não era de seu costume. Stella também não era muito de sair para beber a noite, preferia a companhia dos livros, da música clássica. Mas naquela noite ela decidiu sair e aproveitar a noite em Dublin.
Stella se perguntava se seria possível se encantar por uma pessoa que trocará poucas palavras, mas ela sentia dentro de si que era diferente. Stella era observadora demais e não perdeu nenhum detalhe exposto da morena. Ela observou a forma delicada como Paula levava à bebida a boca, sua forma gentil de pedir mais uma dose ao barman e o principal, o seu corpo delineado por aquele vestido preto. Quando Paula levantou-se para dançar Stella viu ali a oportunidade para se aproximar intimamente. Stella dançou com a morena, estava tudo lindo, Paula quis mais bebida e gentilmente Stella foi buscar, mas quando voltou seu coração vacilou uma batida, um cara tentava a todo custo encurralar a morena. A loira pensava em como alguém poderia fazer mal para aquela mulher linda. Não pensou duas vezes, largou a bebida e avançou sobre o cara e o golpeou até que o mesmo desmaiasse.
Quando já estavam fora do bar e a loira mantinha Paula em baixo dos seus braços, abraçando-a forte contra si, algo mudou no coração de Stella e ela quis proteger a morena para sempre. Mas sentia-se insegura sobre isso. Paula poderia ser hétero, e a primeira regra era: Nunca se apaixone por uma hétero. Mas a gente não escolhe por quem se encanta então ela se arriscaria como nunca antes.Foi então que se lembrou que ficou com as coisas da morena. A morena gostosa tinha um nome, Paula, mas a loira achou que morena gostosa era mais sexy, descobriu a senha da morena e enviou-lhe um e-mail, pronto e agora elas iriam se encontrar. Uma súbita energia tomou posse da loira que correu para se banhar, lavou e secou os cabelos, vestiu um croped sem mangas, uma calça jeans justa, e uma bota cano curto. A loira se arrumava com um enorme sorriso no rosto. Ela estava ansiosa suas mãos tremiam só de pensar em mirar a morena mais uma vez. Quando saiu pela porta o relógio marcava 13h45 não demoraria muito a chegar ao museu, seu apartamento ficava no centro de Dublin, era somente alguns minutos de caminhada.
No caminho Stella comprou um lírio para dar à morena, era clichê, mas a loira gostou. Estava subindo a escadaria que dava acesso às portas do museu, seus olhos passeavam pelo local procurando Paula e quando eles encontraram Stella não pode evitar o sorriso, Paula estava distraída olhando a enorme praça a sua frente.
― Oi - Stella disse ao pé do ouvido da morena, tal ato causou um arrepio em Paula que virou de súbito.
― Oi - Paula disse com um sorriso nos lábios e a face corada pelo susto repentino.
― Uhum - Cintia limpou a garganta. Até então a loira não havia a notado ali.
― Perdão - disse Paula envergonhada. ― Essa é minha prima e esse é Márcio seu namorado, os dois trabalham comigo.
― Prazer, eu sou a Stella. - a loira os cumprimentou com um beijo no rosto e sorriu.
Cintia deu um sorrisinho na direção de Paula como quem diz -eu sabia! Paula ignorou a prima e sorriu para Stella.― Vamos deixa-las à vontade amor - disse Márcio para a namorada. Em seguida foi arrastando-a para longe, Paula sorriu e agradeceu mentalmente o amigo lhe dando um sorriso.
Stella também sorriu, finalmente ficaria a vontade com Paula, tirou o lírio que estava atrás de si.
― É para você! - sorriu e estendeu o lírio para Paula, que prontamente o pegou, levou o botão ao nariz inalando aquele cheiro maravilhoso e pensou no quão gentil Stella estava sendo.
― Tem um cheiro muito bom, eu adorei muito obrigada. - Paula disse, se aproximou da loira e depositou um beijo em sua bochecha. Stella por sua vez, ficou estática.Ela não esperava por isso. Arrepiou-se com o toque dos lábios de Paula fechou os olhos para aproveitar os poucos segundos. Quando retornou a si Paula a olhava com adoração e a loira permanecia sem ação.
― Está tudo bem?- Paula perguntou soltando uma risadinha.
― Ah... Esta sim, eu só...- Stella tinha as bochechas vermelhas e estava sem jeito. ― Vamos?! Hoje eu serei sua guia - Stella ofereceu o braço para Paula que o enlaçou de imediato sorrindo.Ambas devolveram seus pertences e seguiram para explorar o museu e suas belezas. Paula tinha muito para perguntar, queria saber da vida da loira, mas preferiu deixar para depois. Ela prestava atenção em cada explicação de Stella sobre cada obra do museu, cada historia que era contada, a loira levava jeito para isso Paula pensava, ela não perdia nem um sorriso da loira, nenhum detalhe passava despercebido. A forma como Stella contava as histórias dos objetos era lindo. Stella os admirava acima de tudo, aquilo era importante para ela, então a morena dava a devida atenção.
Andaram por todo o salão, Paula foi apresentada a cada coisa ali. O museu era uma antiga prisão que continha historia sobre os personagens da Independência da Irlanda, Paula era curiosa por histórias e ficou atenta a cada detalhe principalmente nos olhos de Stella que brilhavam a cada relato contado.O tempo havia parado para elas, o celular de Paula apitou, precisou separar-se de Stella para atendê-lo, seu corpo sentiu falto do pequeno contato, mas Paula reprimiu os seus desejos. Atendeu ao telefone um pouco impaciente, era Cintia.
― Oi Cintia, pode falar. – disse seca.
― Nossa que humor ein! Tô ligando para avisar que já estamos indo. - Cintia disse com a voz cansada. ― Já vimos tudo aqui, não se preocupe não irei atrapalhar sua paquera, mas quero saber de tudo depois. - Cintia sorria.
― Tá, eu conto. Beijo. - Desligou o celular, e virou- se para Stella que lhe deu um sorriso, Paula estendeu-lhe a mão, pela primeira vez às mãos se tocaram e as duas podiam sentir a eletricidade perpassar pelos corpos.
Podia ser somente mãos se tocando, mas para Paula que era preservada e paciente demais aquilo significou muito, ela que não se entregava de cara, não se permitia, era um grande avanço para a morena, Stella não sabia, mas estava sendo privilegiada de ser a primeira a presenciar isso. A loira apertou as mãos juntas, sentindo a maciez, estampou um enorme sorriso e seguiram de mãos dadas, a próxima parada seria um bistrô perto dali.
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Descobrindo-me
Fiksi PenggemarPaula acaba de terminar o namoro com o dentista Henrique do Valle, ainda não sabe definir seus sentimentos em relação ao término. Mas não está triste, esta mais para esperançosa, acha que agora é a hora de uma nova descoberta quer explorar seus lim...