Capítulo 5 - Stella Fischer

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Eram 7h05 da manhã, Paula corria pela praça do centro de Dublin. Acordou disposta naquele dia, era hoje que veria Stella e a cada vez que se lembrava disso seu estômago se revirava. A velocidade da corrida aumentava na tentativa de dissipar aquela ansiedade toda, após 30min de corrida sentou-se em um banco para respirar e tomar água. Observou a paisagem que a praça oferecia, observou a rotina das pessoas. Olhava o horizonte, as cores que o formava quando uma figura lhe chamou atenção, era uma loira que corria distraidamente com fones de ouvidos e uma roupa de ginástica, Paula arregalou os olhos e prendeu a atenção na loira. Imaginava que poderia ser Stella, a loira fazia a volta na praça e passou com tudo por Paula que desanimou. Não era sua loira. Calma aí, sua loira? Paula decidiu por fim ir para casa já estava ficando neurótica. Já em casa Paula se dedicou a letra que escrevera há uns dias, iria terminá-la, tinha gostado do resultado. Passou horas ali e quando terminou enviou para a Jeito de Mato, seu escritório. Passou as horas seguintes com um filme e um bom vinho, cochilou no meio e quando acordou já passava das cinco, deu um pulo do sofá e foi tomar um banho, não poderia se atrasar para a noite de hoje.
Ainda de toalha secou os cabelos, fez uma maquiagem marcante, passou um batom vermelho sangue, o vestido azul com renda, acima do joelho delineou bem suas curvas se olhou no espelho e gostou do resultado. Olhando seu reflexo analisando a boa forma, gostaria de causar uma boa impressão estava insegura novamente e aquilo a atormentava, tudo já estava no lugar ela estava pronta.

Quando saiu pela porta um carro preto e luxuoso, juntamente com um cara engomadinho boa pinta encostado ao capô. Paula olhou aquilo tudo com estranheza.

― Srta. Fernandes, eu vim buscá-la. – o moreno estendeu-lhe a mão e mostrou um belo sorriso.

― Ah, sim. – Paula se lembrou da carona que Stella lhe prometera.

― Meu nome é Jonas, sou do Brasil e um grande fã seu. – o homem de aparência jovem disse orgulhoso.

― Muito obrigada. – Paula respondeu gentilmente.

Seguiram viagem até a empresa, Jonas era um jovem sociável foi o caminho todo conversando com Paula, contou-lhe como veio parar na Irlanda e sua paixão por videogames e a conquista por trabalhar em uma empresa que era sua cara.

― Chegamos! – disse Jonas, saiu do carro deu a volta e abriu a porta para Paula.

Foram caminhando até o hall e Paula olhava tudo admirada o prédio era enorme, olhou a fachada do prédio e viu o nome "Fischer" no letreiro colorido juntamente com um símbolo da marca. Até então Paula não sabia do que a empresa se tratava, não ligou muito e entrou no prédio, seguiu Jonas até o elevador foram até o 5º andar onde Jonas disse que seria a festa, quando as portas de aço se abriram, o queixo de Paula foi ao chão.

O salão era enorme cheio de luzes coloridas, uma enorme mesa ao fundo com aperitivos, do lado um enorme balcão de bebidas e vários barmans, No teto havia um enorme globo que refletia luzes de todas as cores a música bem animada e várias pessoas na pista de dança, a princípio a morena achou estranho, esperava uma festa formal com pessoas mais velhas, mas não era o que via. A festa era composta por gente jovem julgou que se tivesse uma pessoa mais velha essa não teria mais de quarenta anos. Correu os olhos mais uma vez pelo salão e viu uma coisa inusitada havia um canto no salão onde tinha sofás bem grandes, puffs e tapetes coloridos, havia muita gente ali, quase a festa toda estava envolta dos acolchoados, por ter muita gente Paula não podia ver qual era a grande atração.

― Jonas, o que tem ali? – Paula perguntou ao jovem que olhava para o mesmo lugar com os olhos encantados.

― Ah sim, é um torneio de videogame, estão testando o mais novo jogo. – O garoto disse. Paula olhou-o com uma cara estranha e o jovem percebeu. ― Acho que Stella esqueceu esse detalhe. – Jonas disse sorridente. – A Fischer é uma empresa de vídeo games, fazemos os gráficos dos jogos e tudo o mais, em fim softwares entre outros. - Jonas fez uma pausa e olhou para Paula. ― Você não gostou? – perguntou o rapaz.

― Não era o que eu esperava – Paula disse sorridente e tomou ar. – Eu adorei tudo, não sei muito sobre vídeo games, mas gostaria de aprender. – Com toda a euforia que o salão oferecia Paula quase se esqueceu seu real motivo para ir a festa. – Onde está Stella? – Paula disse quase desesperada.

― Certamente está no escritório, ela é viciada em trabalho nem parece que é a anfitriã, mas você pode ir chamá-la. – disse.

Jonas indicou o caminho a Paula, a morena entrou no elevador ansiosa para ver a loira, quando as portas se abriram no último andar, suas mãos já suavam. Stella Fischer era o que dizia a placa presa à porta, Paula se admirou ainda mais, deduziu então que Stella era dona daquilo tudo, tomou coragem, transpassou o hall de entrada onde tinha uma mesa de recepção vazia, tomou ousadia e abriu a porta da enorme sala, não reparou muito o ambiente, somente em uma loira linda e elegante que andava para um lado e para o outro falando ao telefone. Os olhos de Paula faltaram saltar de suas órbitas, Stella estava deveras linda, Paula a admirava de baixo para cima, um Louboutin preto, pernas lindas uma saia aberta dourada, uma blusa de seda sem mangas, batom vermelho, maquiagem simples e por fim os longos cachos loiros. Stella estava concentrada na ligação que nem vira Paula parada a porta admirando-a andar pelo escritório.

― Não posso aceitar. – Stella gesticulava com as mãos. – Suba a proposta, daí conversaremos. – Stella virou-se e seus olhos viram a morena a sua espera.

Não pensou duas vezes desligou o telefone sem ao menos despedir-se e foi ao encontro da morena. Caminhou devagar, agora seu coração alcançou um ritmo acelerado, sua face corou e a fala não queria sair, o motivo era a hipnose do corpo de Paula, a loira apertou os olhos para crer que a figura a sua frente era real, Paula de fato estava ali e tinha aceitado o convite.

― Você veio! – Stella beijou a mão de Paula. – Desculpa, faz tempo que chegou? – perguntou um pouco chateada por fazer a morena espera, mas o sorriso de Paula a fez sorrir também.

― Não, Jonas se encarregou de me apresentar o local, disse que eu poderia subir. Fiz mal? - Paula disse preocupada por interromper a ligação.

― Mas é claro que não. – Stella dizia olhando diretamente para os lábios de Paula. – Eu quero muito beijar você. - Stella disse se aproximando e rompendo a distância, sendo assim as duas agora respiravam o mesmo ar, a ansiedade daquele momento esperado invadia as duas, ambas esperavam por aquilo. Paula se aproximou tocando uma das bochechas da loira.

― Não passe vontade, querida – dito isso Paula selou os lábios.

Stella correspondeu ansiosa, suas mãos subiram e apertaram a cintura fina de Paula trazendo-a para si, Paula se arrepiou e o calor se fez presente, a respiração já incontrolável pelo movimento das línguas, enterrou os dedos nos cabelos loiros comprimindo os lábios. Para Paula o sabor da boca de Stella era irresistível, quando a loira desceu os beijos para o pescoço, ela se arrepiou ainda mais, a carícia estava maravilhosa e Paula deixou escapar um gemido manhoso de quero mais, e corou com isso. Stella se perdeu no cheiro da morena e não queria mais sair dali. As duas mulheres foram acordadas do transe por um som de saltos se aproximando e quando olharam para a porta uma ruiva muito bonita estava à porta.

― Desculpe interromper, mas Stella, todos estão perguntando por você. – A ruiva corou e ficou sem jeito, não esperava ver Stella naquela situação. ― Bom. Só vim dar o recado, espero vocês lá em baixo. –A ruiva se retirou.

Paula e Stella se entreolharam constrangidas. Paula estava vermelha feito um pimentão e Stella a olhou se sentido culpada.

― Não precisa ficar assim, era só a Alice, minha melhor amiga. – Stella selou os lábios de Paula novamente. – Vem vamos descer e aproveitar a festa quero te mostrar tudo! – Stella disse sorridente.

A loira a puxou pela mão, e a morena a seguiu sem jeito pelo o que acontecera a pouco, ainda podia sentir suas bochechas arderem, mas não podia negar que havia gostado.


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