Capítulo 39 - Preciso de você aqui

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PAULA


Bem eu tentarei fazer a coisa certa dessa vez.

Vamos recomeçar, não está acabado

porque uma parte de mim está morta e no chão.

Esse amor está me matando, mas você é a única, não está acabado.

Acho que suportei tudo que posso suportar e eu não posso esperar.

Não posso deixar isso me derrubar, ser forte e aguentar

esses meu braços, estão solitários eles estão com saudades

saudades por querer você.


Não sei dizer com certeza o que se passou na noite anterior também não quis acreditar em nada que Eduardo e Cíntia me disseram. Beijar a Marina? aquilo era um completo absurdo, é claro que não aconteceu. A repercussão do show de ontem estava a todo vapor, a mídia estava alvoroçada e a minha assessoria estava ligando sem parar atrás de mim. Pedi que Cintia fosse até o escritório e ficasse por lá resolvendo essas coisas junto com minha mãe, Nilmar foi para um treino do seu time junto com a namorada, então a casa ficou vazia em parte, somente eu, os cachorros e a doce governanta que cuidava da manutenção da casa. Desci e fiz meu desjejum às 14h da tarde quando todos já haviam ido. Os remédios não resolveram a dor de cabeça e nem as tonturas ocasionadas pela ressaca. Dispensei Beatriz, minha personal por telefone pedindo desculpas por rejeitar mais um treino. Retornei ao quarto e me tranquei lá, tentando me lembrar de algo sobre a noite passada, fleches passavam pela minha cabeça, mas nada que fosse concreto.

Até então eu estava segura de não ter beijado Marina, mas isso mudou assim que a mesma me mandou uma mensagem no fim da tarde dizendo:

Amiga você estava super louca ontem, até me deu um beijo, mas está perdoada porque eu gostei! Bjos, depois nós falamos.

Fiquei um bom tempo pensando sobre isso, era só um beijo, um simples beijo, mas eu havia visualizado Stella e depois dessa confirmação eu me lembrei de tudo, de como eu imaginei minha loira vestida e de como ela me sorriu, como na primeira vez que dançamos e meu coração foi esmagado novamente por ter tomado consciência de que tínhamos acabado.

Eu teria dois shows pela noite e não estava empolgada com nada, recusei os chamados de Monteiro para os ensaios e permaneci no meu quarto, pela tarde a governanta veio me oferecer um lanche, comi por precaução.

Eu estava agoniada, meu peito doía e eu sentia falta de ar, eu queria que ela estivesse ali, queria tocar e abraçar e não ter isso me sufocava de uma maneira inexplicável. Liguei o rádio em qualquer estação e abri minha galeria de fotos só pra ver seu rostinho claro, sorri. As fotos acabaram e minha saudade não. Entrei no instagram de Ali, minha loira tinha uma conta, mas usava seu nome de gamer o qual era complicado de lembrar. Sorri novamente, lá estava ela em uma paisagem bonita e meio opaca com um mar atrás de si, junto com os amigos e uma garota a qual eu não conhecia. Fiquei olhando pro seu rosto no celular com o pensamento longe, fechei os olhos por um momento, minha atenção foi para o rádio que tocava baixo e uma lágrima desceu com a música que soava, Armandinho estava cantando Outra Noite Que Se Vai. A letra em si não era tão carregada, mas o refrão me fez chorar ainda mais; era sobre coisas que fazemos e depois gostaríamos de voltar atrás, eu estava assim.

Descobrindo-meOnde histórias criam vida. Descubra agora