Três dias depois na casa de Paula a morena falava com a mãe pelo FaceTime enquanto tentava preparar um bolo irlandês de frutas, tinha visto em um programa pela manhã e desde então estava empolgada com a receita, ela não era muito de cozinhar, sabia fazer o básico mas se dedicaria aquela receita.
― Você me ligou e desde então está me enrolando, está mais corada, mais bonita. Vamos me conte! - Dona Dulce a mãe de Paula estava em um SPA recebendo uma massagem enquanto falava com a filha. Paula parou de mexer a massa e deu um risinho tímido para a mãe do outro lado da tela.
― Eu dormi com ela! - Paula disse de uma vez. Irradiando alegria.
― Ah sério filha! E aí como foi? Como se sentiu? Ela manda bem? Cintia me disse que ela é gostosa é verdade? - Dona Dulce disse na maior empolgação e Paula ficou vermelha na hora com o último comentário da mãe.
― Mamãe! – Advertia a mãe. Em seguida tomou ar. ― Foi ótimo mãe, eu me senti amada, adorada, como se só eu e ela existíssemos. E sim ela é uma loira tremendamente gostosa! - Paula confessou tudo à mãe em um tom sonhador e lindo de se vê.
Dona Dulce sentiu-se orgulhosa por ver a filha mais do que feliz, apoiaria a filha em tudo só não queria vê-la triste ou que Paula saísse machucada dessa história, era muito para o seu coração de mãe. Deram a ligação por encerrada, e Dulce brincou com a filha dizendo para tomar cuidado para não incendiar a cozinha, sabia muito bem dos dotes culinários que a filha possuía. Paula pôs o bolo no forno com um sorriso de quem fizera tudo certo e caminhou para a sala, desde a noite com Stella, sua cabeça fervilhava de ideias e versos que ela precisa por logo no papel.
Sua mente viajou para os lindos olhos verdes, os traços simples daquele rosto lindo, os cabelos loiros. Logo os primeiros versos foram tocados no violão.Cansei de mentir pra mim
E decidi o que fazer
Era hora de aceitar o que o destino lhe dera.
Agora vou dizer que sim
Vou mostrar que gosto de você
Vou voando, deslizando ao vento
Sem saber aonde chegar
Se um dia vou, em pensamento
Te encontrar em algum lugar
Sim. O coração da morena gritava dentro do peito. Não poderia saber o final, mas queria degustar cada pedacinho dessa paixão um tanto avassaladora.
Vou abrir os olhos, perder o medoDeixa o sonho me levar
Se apaixonar por uma mulher e viver aquilo tudo parecia um sonho nada comum, era diferente, intrigante, era um daqueles sonhos em que acordamos extasiados, querendo mais, querendo sonhar tudo de novo. Era assim que a morena se via quando estava com Stella. A loira vivia em um mundo diferente do seu, um mundo em que Paula queria mergulhar. O resto da tarde passou rápido a morena esperou um telefonema de Stella, mas esse não viera.
Na empresa Stella andava inquieta de um lado para o outro dentro de sua sala. Agonia, raiva e rancor eram tudo o que habitava a loira naquele momento. Desde a festa de comemoração, esperava o telefonema da principal patrocinadora e esperar lhe deixava agoniada. Já a raiva e o rancor vinham de alguém muito pior que patrocinadores, o fantasma do passado retornava outra vez. Marcela, a secretaria já havia cansado de avisar a chefe sobre as ligações da Srta. Elizabeth, Stella manteve as ordens à secretária, bloquearia as ligações daquele número. Mas mesmo com toda a resistência da loira a pessoa voltava a incomoda-la e durante aqueles três dias o celular acostumou-se a estar desligado. Stella já estava vermelha de raiva pelas insistências ligou o celular na esperança de não ser incomodada e no primeiro segundo o aparelho tocou mostrando o 'Desconhecido' na tela, aquele foi o ápice e a loira arremessou o aparelho contra a parede o olhando se espatifar no piso, em seguida a raiva foi descontada nos móveis que estavam próximos, vasos em sua maioria. Com todo o barulho a secretaria entrou como um furacão na sala para ver o que havia, a sala estava um completo caos, Stella estava esbaforida e corada, trocaram olhares e quando a secretaria ia se aproximar para perguntar sobre o ocorrido a loira passou depressa pela porta. Naquele momento só queria sumir, deixar de existir, talvez aquilo acabasse. Sentiu um grande ardor na mão esquerda e só agora do lado de fora do prédio notara que a palma sangrava, abriu a mão e pode ver um pedaço de vidro ensanguentado, estava apertando aquele vidro há alguns minutos e só pode notar quando a dor atingiu seu pico mais alto. Pegou uma blusa antiga que havia em seu carro e enrolou na mão tentando estancar o ferimento. A loira não pensou em outro lugar a não ser a casa da melhor amiga. Precisava desabafar ou faria uma loucura.
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Descobrindo-me
FanficPaula acaba de terminar o namoro com o dentista Henrique do Valle, ainda não sabe definir seus sentimentos em relação ao término. Mas não está triste, esta mais para esperançosa, acha que agora é a hora de uma nova descoberta quer explorar seus lim...