PAULA
Uma dor interna havia se instalado em mim a cabeça doía como nunca antes, devia ser o excesso de pensamentos confusos e raivosos, eu sentia raiva em grande proporção naquele momento.
Fugir parecia ser a única saída, mas eu estava com a equipe de Stella, hospedada no mesmo quarto que a mesma, eu fui tão burra e imatura, minha viagem toda desde o começo girava em torno dela. E isso me deixava ainda mais nervosa.
As lágrimas queriam cair, mas eu não choraria como uma criança, engoli a bile garganta abaixo e respirei a doce brisa daquela noite, fiquei um bom tempo com os braços apoiados no parapeito admirando a rua movimentada.
Decidi ir para o hotel eu não tinha condições para voltar á mesa.
Apertei o casaco envolta do meu corpo e sai. Antes que eu pudesse completar a ação braços me seguraram fazendo com que meu corpo se chocasse a algo macio, fechei os olhos com rapidez e o perfume me invadiu como sempre. Eu me recusava a abrir os olhos e encontrar aquelas íris mentirosas, como ela podia, não entrava na minha cabeça, eu nunca quis me machucar e agora olhe só para mim, evitando a todos e querendo me debulhar em lagrimas, eu não achava isso certo. O que ela queria? Humilhar-me mais? Mostrar pra todos, o quão manipuladora ela poderia ser? Meus olhos ainda estavam fechados se recusando a abrir, a situação não era nem um pouco cômoda, mas eu queria um pouquinho de controle, que não existia é claro!
Senti sua respiração contra a minha face estava perigosamente muito próxima e eu tremi, parece que tudo sumiu, seus braços me apertaram fazendo com que eu voltasse ao meu modo de defesa, abri lentamente os olhos enquanto tentava em vão me soltar e ir embora.
― "Eu... eu... amor..." ―ela disse olhando os meus olhos recém-abertos, eu pude ver as lagrimas já presentes em seu rosto. Sua boca se abria procurando as palavras, mas estas não vinham. Chamar-me de amor àquela altura era vergonhoso demais.
― "Cale a boca, eu não preciso ouvir nada, me de licença!" ―falei firme, não olhei para ela eu não conseguiria, sai apressada, não olhei para trás.
Palavras que destroem nossos sentimentos
Palavras duras ditas no pior momento
Palavras impensadas sujam nossa boca
Palavras doem mais que tiro à queima-roupaJá fora do bar avistei o manobrista e entreguei o cupom a ele, Stella foi sem bolsa então eu estava com todos os seus pertences, enquanto o carro não chegava eu me perguntava se sair assim era certo, que porra de cabeça eu tinha afinal? Acabei de ser humilhada, mas ainda assim estava lá feito uma idiota preocupada com o estado emocional da loira. Quando o carro de Stella chegou eu dei a volta e respirei fundo. Pude ver a loira desesperada atrás de mim arrumando o casaco no corpo e chamando por mim, ignorei totalmente e entrei no veiculo, apertei o volante e olhei para frente, a chave na ignição foi virada e eu jurava que partiria deixando poeira para trás, mas a maldita loira entrou com total rapidez que jurei ser mentira, eu me sentia lerda e burra.
Fomos em silêncio, eu tentava controlar ao maxímo minha respiração sem deixar passar nada já à loira não disfarçava e se mexia a toda hora, cruzava as pernas de segundo em segundo, ela fungou em algum momento do trajeto e eu quis muito parar o carro ou até mesmo olha-la. Suas mãos limpavam as lagrimas que iam caindo silenciosas e ela respirava fundo, o sinal parou para o meu desespero.
― "Aquilo que eu..." ―ela me disse ao mesmo tempo em que suas mãos se aproximaram da minha que descansava ao lado do cambio da marcha.
― "Não me toca!" ―eu gritei puxando a mão antes que se concluísse aquilo, e avancei quando o sinal abriu.
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Descobrindo-me
FanficPaula acaba de terminar o namoro com o dentista Henrique do Valle, ainda não sabe definir seus sentimentos em relação ao término. Mas não está triste, esta mais para esperançosa, acha que agora é a hora de uma nova descoberta quer explorar seus lim...