Capítulo 28 - Estou bem

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PAULA

Eu não quero bagunçar as coisas.

Eu não quero forçar a barra.

Apenas um tiro no escuro e você poderá ser

a que eu vou esperar a minha vida toda.

Então baby, eu estou bem, com apenas um beijo de boa noite.

A semana passou e Stella encerrou os trabalhos, para comemorar fomos todos a um pub, o mesmo da minha primeira noite aqui. Dançamos e bebemos até às tantas, depois disso a noite ainda se estendeu com uma competição de vídeo game no apartamento de Stella eu também entrei e consegui ganhar ao menos uma rodada contra Marcela. Minha entrevista com Ali fez sucesso no jornal da tarde, até assinei uma licença com a rádio local para que pudessem tocar minha música, o que me deixou muito feliz.

Stella me contou um pouco sobre Verônica, não disse os detalhes, apenas que a tinha demitido e que ela não seria mais um problema para nós. Mesmo que nos amássemos toda hora, eu sentia que minha namorada estava um tanto diferente, ainda assim fazia de tudo para que eu me sentisse bem.

Não a questionei em nenhum momento porque talvez fosse o excesso de trabalho.

Ela estava escrevendo em um projeto novo, o que me contou foi que se tratava de conto de fadas, nada mais. Fiz um bico e sai de seu escritório fingindo estar emburrada, logo ela veio correndo atrás de mim pelo corredor, me ergueu do chão carregando-me nos ombros até o quarto. Caímos deitadas na cama.

― Não tem motivo para bico, sabia? ― sorriu, tirou um dos meus cachos teimosos da face e o colocou atrás da minha orelha, beijando-me em seguida.

Desceu beijando meu pescoço, colo e abdômen. Foi distribuindo beijinhos por ali e eu comecei a sentir um arrepio na espinha, mas o que veio a seguir foi inédito e nem perto do que eu imaginava, ela sorriu sacana e começou um ataque de cócegas.

― Para ― falei em meio à gargalhada enquanto me contorcia inteira. Ela sorriu e se afastou, mas quando tomei o ar ela levantou as mãos e veio outra vez, me atacando com suas mãos rápidas. ― Por favor, amor. ― fechei a cara e ela me olhou arrependida.

Ela parou levantando as mãos e eu sorri vitoriosa. Avancei em sua direção subindo por cima dela, prendi seu corpo entre minhas coxas apertando forte e comecei a fazer cócegas infinitas. Ela gargalhou como nunca naquela semana e eu me senti ainda mais feliz, pois ultimamente sua cara não era das melhores. Fui parando aos poucos e caí cansada ao seu lado. Ela se virou selando nossos lábios. Ainda recuperava o fôlego tendo as bochechas mais vermelhas que já vi. No final ela voltou para o tal projeto e eu fui tomar um banho. Já devidamente trocada com roupas confortáveis fiz um lanche e levei até ela, parei por alguns minutos na porta e a observei trabalhar.

Estava concentrada, os ombros tensos e os dedos digitando com velocidade no teclado, por vezes ela ajeitava os óculos que caiam por sobre a face ou levava a caneca de café a boca, era linda. Adentrei o cômodo devagar, depositei a pequena bandeja, a olhei de relance vendo-a morder o lábio fazendo uma carranca adorável.

― As palavras não vão aparecer magicamente, coma um pouco e as coisas vão começar a fluir. ― ainda olhando para o computador ela assentiu. ― Fiz aquele bolo de frutas igual da outra vez. ― Ela se virou na cadeira, conferiu a bandeja e me olhou dando um largo sorriso em seguida. Eu sorri, sabia que funcionaria, peguei o bolo e levei um pedaço até sua boca.

Descobrindo-meOnde histórias criam vida. Descubra agora