Capítulo 15 - Não se preocupe com isso

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Os dias se passaram de forma agradável, esse pequeno período serviu para que as duas mulheres se aproximassem ainda mais. Stella já tinha algumas peças de roupa na casa de Paula. As duas não poderiam estar mais alegres, era bom dormir e acordar uma nos braços da outra. Era bom se conhecer a cada dia, a rotina, os hábitos e as manias uma da outra.

O dia não amanheceu muito bem, estava escuro e cinzento prometia um temporal, mas para Paula estava perfeito assim como estava. Os dias cinzas proporcionavam a ela uma quietude fora do comum, eram os seus dias preferidos, eram nesses dias que saiam as melhores canções. Paula estava deitada e Stella dormia com a cabeça apoiada em um de seus braços, a morena afagava os cachos loiros enquanto observava o céu cinza pela divisória de vidro no canto oposto do quarto, olhava para o rosto branquinho que ressonava de leve, gostaria de eternizar aquele momento no fundo da memória, ao menos assim não esqueceria os detalhes daquele rosto angelical e frágil.

Levantou-se e saiu como uma pluma cuidando para que a loira não acordasse, seria um pecado acordá-la daquele sono lindo.

Entrou no banheiro do quarto, se desfez da camisola de seda e entrou na ducha morna. Felicidade era tudo o que a preenchia naquele momento, Stella ficou, deixou-se ser ajudada, permitiu que Paula penetrasse em sua vida e levasse toda a dor embora. Ela ficou e esse era o motivo do sorriso enorme que a morena tinha enquanto a água escorria por entre os poros. Estava absorta em pensamentos quando sentiu a cintura ser apertada, beijos serem distribuídos por todo o ombro – sorriu – apertou as mãos de Stella em sua cintura, virou-se e selou os lábios apaixonadamente, as mãos buscaram os cabelos loiros, a morena gemeu ao sentir o pescoço ser mordiscado.

O ar se fez necessário e o beijo cessou, as respirações pesadas às testas coladas e um grande sorriso nos lábios de ambas.

— Não quis te acordar, pensei que estivesse dormindo. – A morena disse baixinho.

— Não senti mais seu cheiro, então, perdi o sono. – Stella repousou a cabeça no ombro de Paula e a abraçou. O banho seguiu tranquilo, nada de malícia, apenas carinho.

Stella fazia o café enquanto a morena conversava com a mãe pelo celular, contava-lhe sobre os últimos acontecimentos e quão feliz estava. Ligou também para Cintia e Nil para saber das novidades e da Jeito de Mato, seu escritório. Eles falaram tudo o que ela quis saber, mas também falaram aquilo que a preocupou um pouco: paparazzis que na cabeça de Paula não passavam de curiosos de plantão, semeadores de mentiras.

— Hoje é a estreia da Ali, podemos assistir depois do almoço? –Stella disse sorrindo, emocionada por saber que a amiga havia conseguido aquilo que sempre quis não cabia dentro de si. Depois de anos de luta, as duas faziam aquilo que gostavam e eram felizes.

Paula esqueceu por um tempo a notícia que recebeu.

— Claro que sim, ligue a TV já estou indo. – Paula sorriu.

Logo depois do almoço as duas estavam no sofá com beijos e mãos bobas quando a vinheta do jornal da tarde anunciou a entrada de Ali, lá estava ela sorrindo e dando boa tarde para todas as pessoas de Dublin. As duas se ajeitaram sorrindo uma para a outra e assistiram atentas. Assim que o jornal acabou iniciaram uma maratona de filmes de ação, o celular de Paula vibrou na mesinha de centro, se esticou para apanhá-lo e quando desbloqueou o mesmo seu rosto empalideceu. Cintia acabara de mandar uma foto sua e de Stella de mãos dadas tiradas por um fotógrafo amador, a foto era de dois dias atrás. Os dias felizes ao lado de Stella faziam com que a morena se esquecesse da fama, das redes sociais e de todo o resto.

Descobrindo-meOnde histórias criam vida. Descubra agora