Capítulo 25 - Descoberta

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PAULA

Não sei o que sou, mas sei que sou sua.



Depois daquele dia cheio de coisas e a noite maravilhosa que tivemos e confessamos nossos sentimentos mais uma vez, resolvemos a questão da distância por ora. Ficamos mais um dia em Portugal aproveitando as delícias do lugar e namorando a todo o momento, andamos de mãos dadas pelas ruas e vilarejos sentindo o vento frio bagunçar nossos cabelos; tiramos fotos, encontrei-me com alguns fãs e quando pensei que a viagem já estava acabando, recebi um convite de uma rádio muito famosa a qual eu já dera entrevista no ano anterior. Era aniversário de um dos sócios e para comemorar um grupo de cantores faria um show pela tarde em um ginásio, fui convidada para fazer uma participação com três músicas da minha escolha. De imediato eu recusei o convite de forma gentil, mas minha loira insistiu e disse que não teria problema se fossemos depois para a Irlanda, não afetaria sua rotina na empresa. Então eu aceitei.

Eu estava no camarim fazendo os últimos ajustes para entrar no palco, sem a minha equipe e a banda não poderia ser muita coisa, mas como a perfeccionista que eu era tudo teria que sair lindo e muito bem. Seria eu e meu violão como no começo da carreira, fiz uma oração para que tudo corresse bem e respirei fundo, pronta para sair e cantar para a multidão que já gritava meu nome.

― Você está muito linda. ― Stella entrou no camarim. Agarrando-me a cintura e me beijando com paixão e eu não pude deixar de sorrir no meio do beijo.

― Você também, meu amor. ―a olhei de cima a baixo, estava encantadora. Os cabelos jogados por cima dos ombros em uma trança adorável, um vestido soltinho, a jaqueta preta que eu tanto amava e saltos. Dei-lhe um selinho e apertei sua bochecha sorrindo para a carinha que ela me fez.

Não ficamos muito por ali, pois uma mulher me chamou dizendo que faltavam alguns segundos para a minha entrada.

― Não tirarei os olhos de você. ―Stella me disse sorrindo de orelha a orelha e saiu pela porta me deixando ali, sorrindo feito boba.

Esse seria o primeiro show ao vivo que ela veria, por isso insistiu para que eu aceitasse, disse que assistir meu DVD não contou, que ela queria ver com seus próprios olhos. E lá estava o famoso frio na barriga.

Assim que entrei avistei aqueles olhos verdes, encarando-me como se não houvesse mais ninguém ali. Então eu comecei com a primeira música, uma que todos conheciam bem: Não precisa.

Mas tem que ser assim, pra ser de coração

Não diga não precisa.

Tem que ser assim, é seu meu coração.

Lembrei-me da ida ao castelo e cantei sem desviar meus olhos dos dela e me surpreendi quando a vi derramar a primeira lágrima. Todas as três músicas, eu escolhi para ela, mas a última era especial.

Eu quero ser ao teu lado
Encontro inesperado
O arrepio de um beijo bom
Eu quero ser tua paz a melodia capaz
De fazer você dançar

Eu quero ser pra você
A lua iluminando o sol
Quero acordar todo dia
Pra te fazer todo o meu amor

Eu quero ser pra você
Braços abertos a te envolver
E a cada novo sorriso teu

Serei feliz por amar você

Em ritmo lento, olhando pra ela e sentindo todo o amor que meu coração podia dar; lembrei-me do seu pesadelo e de como eu senti tamanha necessidade em acalmar ela; lembrei-me do acidente com a sua mão e de como ela estava vulnerável aquela noite e de como eu senti medo de não ser o seu ponto de equilíbrio. Eu a amava e não conseguia mais esconder aquilo, o meu peito gritava e batia rápido demais.

Descobrindo-meOnde histórias criam vida. Descubra agora