Capítulo 3 - Ela queria mais

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― O que você faz? - Paula perguntou. As duas já haviam feito seus pedidos e estavam agora saboreando o Shepherd's Pie um prato muito tradicional da Irlanda.

― Sou líder de pessoal em uma empresa de programação de jogos de video game. E nas horas livres sou escritora. - Stella respondeu entre uma garfada e outra.

― Você é escritora?! Que máximo- Paula a olhava com admiração, Stella era linda. ― O que você escreve? –Paula perguntou.

― Escrevo histórias infantis, contos de fadas, para ser mais exata. – Stella adorava escrever para crianças.

― E você o que faz? – foi à vez de Stella perguntar.

Paula se retraiu um pouco, pensou se dizia ou não, às vezes sua profissão poderia influenciar muito nas coisas.

― Sou cantora e compositora. – disse enquanto batia os dedos na borda da mesa. Não saberia como Stella iria agir, ela podia muito bem se levantar e ir embora, pessoas famosas traziam problemas, expunha pessoas.

― Que máximo! De que país você é? O que você canta? Posso ir a um show seu? – Stella ficou fascinada pela profissão de Paula se a morena compunha significava que também escrevia lindamente, Stella não queria saber o estilo, só queria ouvi-la todos os dias.

Os olhos de Paula brilhavam, Stella amou sua profissão não teve a reação que a morena esperava.

― Jura que você gostou? Não vai dizer que é uma profissão difícil de seguir ainda mais para uma mulher? - quis saber.

― É claro que não! Eu amei e adoraria ouvir suas músicas. – Stella disse e não tirava o sorriso do rosto.

― Respondendo a sua pergunta, sou do Brasil, tenho raiz sertaneja, mas não gosto de me rotular, eu canto aquilo que eu escrevo e minha missão é encantar as pessoas, fazer com que elas ouçam o amor. – o coração de Paula se encheu ao falar tais palavras.

― Depois dessa declaração eu só tenho a perguntar: Casa comigo? – Stella disse pegando Paula e a si mesma de surpresa, não era o que ela ia dizer, mas as palavras saíram. – Me desculpa eu..eu disse sem pensar. Vamos dar uma volta. – disse sem jeito.

E as duas seguiram de mãos dadas sem que percebessem, Stella mostrou a Paula todos os restaurantes e todos os lugares possíveis. Stella tinha um sorriso nada contido nos lábios sentia-se como se estivesse na canção No.1 Prelude in G. Se pudesse definir aquele momento, com certeza seria o momento em que o som do violoncelo crescia na canção era o momento em que seu coração saltava ao ouvir a melodia. Aquilo poderia ser loucura, mas ali de mãos dadas com Paula levando-a para casa era o momento mais lindo, poderia acabar, mas ela guardaria essa simples lembrança. Achava-se louca, ela estava apaixonada por uma pessoa que conhecera a menos de 48h.

Já haviam chegado ao condomínio de Paula faltavam apenas três casas e Paula estaria entregue, desaceleraram o passo para aproveitar o pouco tempo que tinham, nenhuma das duas queria a despedida, mas era necessária, de frente para a porta de Paula, Stella segurou as mãos da morena, apertou-as enquanto fitava os olhos castanhos.

― Está entregue. – Stella disse. ― Eu adorei passar à tarde com você. –Sorriu, acariciando uma das bochechas de Paula.

― Eu que agradeço, foi um prazer, não poderia ser melhor! - Paula tombou a cabeça aproveitando o carinho.

― Eu já cansei de visitar aquele museu, mas hoje com você foi a melhor de inúmeras visitas. – Stella beijou cada uma das mãos da morena. – Eu quero te ver de novo, vai haver a festa de divulgação de produto na empresa, quero que esteja você lá. – a convidou, estava ansiosa para um outro encontro.

― Eu...co.. – Paula não sabia o que dizer estava feliz por Stella querer vê-la de novo, mas também estava com medo, do que ela não sabia, mas estava com medo mesmo assim.

― Por favor. – Stella pediu apertando a mão de Paula e com a outra mão livre acariciou o rosto da morena. Aquele simples toque no rosto fazia Paula esquecer o que estava havendo era como se ela fosse à pessoa mais importante do mundo e Stella olhando-a sem piscar a fazia acreditar ainda mais nisso. – Eu quero você lá, toma. – Stella disse entregando-a um cartão de visitas com seu nome e o endereço da empresa. –Se preferir posso mandar meu assistente vir te buscar, pode levar sua prima e o namorado, pode levar quem quiser, o mais importante é que você vá. – Stella a olhava com olhos pidões, depois daquele olhar Paula não tinha condições de lhe negar nada.

― Tudo bem, estarei lá – Paula concordou e Stella sorriu de orelha á orelha, estava feliz.

Os olhos verdes brilhavam ao fitar Paula. A morena se viu refletida nas íris esverdeadas se aproximou mais, ambas respiravam o mesmo ar, aquele frio na barriga surgirá, as mãos ainda juntas suavam, estavam flutuando sem sair do chão. Era possível tal coisa? A lua estava linda, foi a primeira coisa que Paula notou assim que anoiteceu, afinal de contas à lua era sua musa, sua fascinação. Paula tomou iniciativa, pois não havia momento melhor para aquilo, subiu suas mãos até a bochecha de Stella repousou-as ali fechou os olhos, e a beijou. A sensação dos lábios juntos não poderia ser melhor, Stella ficou em choque. Mas correspondeu à altura abriu passagem para a língua de Paula que passava como se conhece há muito tempo. Tudo estava maravilhoso para Stella, os lábios de Paula não poderiam ter um gosto melhor. Logo a falta de ar pegou as duas e o beijo teve de ser interrompido e assim foi. Deixando um sorriso nos lábios das duas mulheres.

― Eu preciso ir. – Paula disse ofegante ainda pelo beijo. As testas estavam coladas. Stella ainda estava extasiada, só percebeu que o momento acabou quando Paula soltou as mãos das dela e andava em direção à porta. Stella a segurou pelo braço e a puxou pra si arrancando-lhe um ultimo selinho.

― Te vejo na próxima quarta, às 20hs00. – Paula assentiu.

Stella se foi com um belo sorriso no rosto, sorrir na presença de Paula ou ao lembrar-se da morena já se tornara contínuo. Paula entrou e assim que fechou a porta soltou o ar que estava preso em seus pulmões, passou as mãos pelos lábios um pouco inchados lembrando-se do gosto da loira ela havia beijado a loira mais linda que já vira, e ainda não acreditava. Tinha dúvidas se realmente iria para o evento na empresa em que a loira trabalhava, mas depois daquele beijo, não restará mais dúvidas. Ela iria. Ela queria mais.

Descobrindo-meOnde histórias criam vida. Descubra agora