7 ➨ I Won't Woke Up This Time

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(Murilo's POV)

- Querido, o café da manhã já está pronto. - a voz doce e sútil de Olga veio aos meus ouvidos.

- Só mais cinco minutos. - resmunguei, sentindo meu corpo pesado e sonolento.

Não dormi muito bem à noite, pensando em uma maneira de conversar com Marília, sem que a situação fique ainda mais chata que está. Já havia se passado uma semana desde aquele acontecimento que, na minha humilde opinião, foi a escolha mais retardada que fiz em minha vida, tirando o fato de que, quando eu tinha doze anos, adotei um hamster que se chamava Júlio, que no outro dia mesmo fugiu e eu chorei feito um bocó.

Mas que merda, maldita hora que eu fui conhecer essa garota, que por sinal, vem me ignorando a uns dias. Exemplos: só cumprimentar Marcela quando esbarramos com ela no corredor, fugir toda vez que estou chegando perto e pedir ajuda ao porteiro para abrir a lixeira, mesmo que eu esteja por perto, mas eu não queria que as coisas ficassem dessa forma. Eu mal havia tirado ela da cabeça esses dias, tudo me lembrava o quanto eu estava interessado nela, inclusive Marcela, que sempre me pergunta o porquê de Marília não vir mais aqui.

- Você disse isso durante as quatro vezes que vim aqui, Murilo, já pode ir levantando. - Olga disse, sua voz agora mais séria do que a anterior e eu abri os olhos, olhando para a senhora a minha frente, que apesar da voz irritada, tinha um olhar doce.

- Hoje é sábado, Olga, e émeu dia de folga! Eu teria que estar dormindo pelas próximas horas. - levantei-me a contra gosto e caminhei semelhante à um zumbi até o banheiro do meu quarto.

- Porém tudo isso muda quando sua filha de quatro anos está na cozinha, te esperando para que tome café com ela! - Olga diz num tom mais alto, para que eu escutasse do banheiro.  Ainda escovando os dentes, saí do banheiro, olhando para a mais velha que arrumava minha cama, apenas para lhe mandar um sorriso irônico.

Alguém tinha que me lembrar que eu não tenho mais dezesseis anos e que agora uma miniatura minha vive no mundo.

Terminei de escovar os dentes, voltando ao meu quarto, com a expressão morta e Olga riu divertida com isso.

- Vamos, Murilito, se anime! - se aproximou, ficando na ponta dos pés para beijar minha bochecha.

- Estou animado. - digo, bocejando, arrancando um riso fraco seu.

- Percebi, querido! - acariciou meu rosto, arrumando meus cabelos que estavam bagunçados pelo sono recente. Já disse que a considero como mãe?

- Te amo, Olga! - beijo seus cabelos brancos, recém lavados, pelo cheiro de shampoo.

- Também te amo, filho. - ela sorriu doce. - Agora vamos! Marcela está te esperando para que tome café da manhã com ela. Fiz panquecas e torradas. - me abraçou pela cintura e eu a abracei pelos ombros, assim caminhando juntos até a cozinha.

- Bom dia, papai! - a voz animada de Marcela preencheu o ambiente, roubando alguns sorrisos meus e de Olga.

- Bom dia, princesa. - me soltei de Olga, caminhando até minha pequena e enchendo seu rostinho de beijos, enquanto ela soltava algumas gargalhadas.

- Preparei tudo com todo o meu amor! - Olga diz, enquanto eu me sentava e ela servia os copos com leite quente.

- Pode se sentar também, você não deve ter comido nada em casa. - fiz uma expressão séria para Olga, que revirou os olhos.

- Não gosto de atrapalhar, querido. - deu um sorriso sem mostrar os dentes.

- Como se você atrapalhasse em algo, além de que faz parte da família e famílias tomam café juntos! - usei o meu bom e velho argumento.

Flashlight ● adaptação MuriliaOnde histórias criam vida. Descubra agora