25 ➨ All I Want Is To Be Yours

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Dona Ruth observava cada canto da recepção em que se encontrava. Estava esperando apenas aquela resposta para pegar um voo até a Argentina, e finalmente, conseguir ter sua filha mais velha nos braços.

Estava esperando há pouco mais de vinte minutos, encarando a parede branca. A recepcionista atendia alguns telefonemas, e além dos seus pensamentos que martelavam a cabeça, eram as únicas vozes que escutava.

Seus pensamentos voavam em diferentes aspectos. Tanto em seu filho, que estava deitado em uma cama de hospital, com uma aparência bem mais saudável de uns tempos para cá. Tanto em sua filha, que estava em outro país, namorando um cara que ela não sabia ser o certo.

- Senhora - a recepcionista chamou sua atenção, com uma expressão simpática - Doutor Silveira já autorizou sua entrada na sala dele, a direita. - passou as instruções recebidas, sorrindo de lado.

Dona Ruth agradeceu, com um sorriso de canto à canto, levantando-se do estofado macio, caminhando até a sala indicada pela recepcionista.

Não muito diferente de todos os consultórios médicos daquele hospital, a sala era branca, com alguns quadros infantis. Dona Ruth cumprimentou o Doutor com um sorriso, e ele não soube identificar, se era um sorriso esperançoso ou confiante.

- Bom dia, Senhora Moreira. Como está? - perguntou, organizando os papéis soltos em cima de sua mesa, prendendo-os com clips.

- Estou bem, Doutor! - ela respondeu, sentindo seu coração querer pular para fora da boca. - Bom, me disse que já tinha a resposta que eu precisava. E então? - perguntou, direta, não podendo controlar à vontade que tinha de receber um "sim".

- O caso do João Gustavo é bem sério, você sabe muito bem disso - ela assentiu, cabisbaixa - Porém, ele está reagindo muito bem aos medicamentos novos. O dinheiro que sua filha está mandando, está ajudando bastante para que ele se cure cada vez mais rápido. Não sou muito de dar esperanças, ainda mais num caso como o do João, mas não estamos muito longe de ganhar essa batalha. - Dona Ruth não pôde nem sequer descrever o que estava sentindo. Após anos de luta, aquela havia sido uma das melhores notícias que ela já havia escutado. - Com isso, autorizo que ele viaje até à Argentina, para a Clínica Especializada em Crianças. Apenas peço que assim que pisarem lá, o levem para alguns exames. E é claro, reparando sempre em como ele se sentirá no avião.

- Obrigada! - ela se levantou, comemorando com os olhos fechados e as mãos juntas, agradecendo aos céus. - Obrigada, Doutor, obrigada!

- Não há de quê - ele sorriu, sem mostrar os dentes - Esse é o meu trabalho. E João Gustavo é um paciente forte, vai sair fácil dessa. - o sorriso que se abriu no rosto de Dona Ruth, era o mais sincero e feliz possível.


(Murilo's POV)

O toque alto do meu celular fez presente, enquanto eu segurava firme as mãos do bandido atrás de suas costas, empurrando-o até a viatura, enquanto Luan ajudava-me.

Gustavo acenou que eu poderia atender, e se encarregou de levá-lo até a viatura no meu lugar. Agradecendo-o com um sorriso, afastei-me de onde estávamos, para atender a ligação. Analisei as chamadas perdidas de Olga, que era quem ligava.

- Alô - murmurei, levando o celular ao ouvido.

- Murilo! - assustei-me com o tom desesperado que Olga tinha - Minha nora está no hospital para ganhar o bebé, precisam de mim lá. Eu posso ir?

- Meu Deus do céu. Claro que pode ir, Olga. Eu vou dar um jeito de sair daqui 'pra ficar com Marcela, e levar você lá. - afirmei, escutando um choro do outro lado da linha. Sabia o quanto Olga se sentia emocionada quando se tratava de seu neto.

Flashlight ● adaptação MuriliaOnde histórias criam vida. Descubra agora