Dois anos depois
(Murilo's POV)
- Papai! Papai? PAPAI!? - abri meus olhos, enquanto a cama se balançava de forma suspeita, fazendo com que eu abrisse apenas um dos olhos e confirmasse que Marcela pulava na cama, esperando que eu acordasse.
- Hum... - murmurei, voltando a fechar os olhos, esperando que ela se aproximasse.
- Papa... - ela foi cortada, quando puxei suas perninhas, quando ela se aproximou de mim, jogando-a na cama e enchendo-a de cócegas, o que era bem frequente.
Ela ria descontroladamente, tentando se livrar dos meus braços, algo que era impossível, pela diferença de força e tamanho. Parei com a brincadeira, quando percebi que ela não tinha ar suficiente para rir, soltando-a enquanto ela deixava algumas lágrimas descerem dos olhos, por ter rido demais. Como era possível, ela ser parecida com a mãe até nisso?
- Papai, a Olga ainda não chegou e eu quero café da manhã! - ela fez um bico fofo, algo que a mãe sempre fazia quando queria algo de mim.
Olga era a babá de Marcela desde que ela nasceu e também cuidava da limpeza aqui de casa, por mais que eu soubesse limpar minha casa, isso não era muito possível, pelo fato de eu trabalhar durante todo o dia, enquanto Marcela está na escola. Então ela que se encarrega disso, havia virado quase uma avó para Marcela, por ser uma senhora de idade, então eu a tratava como se fosse da minha família, por não ter parentes aqui na Argentina. Ontem ela havia me avisado que chegaria um pouco tarde, por ter que ir a uma consulta médica, então é esse o motivo de ela não estar aqui.
- Só irei fazer o seu café da manhã, se você disser que me ama... - coloquei a mão no queixo, como se estivesse pensativo e escutei sua gargalhada gostosa, que sempre me ganha, independente da situação.
- Eu te amo muito, papai! Do tamanho do mundo. - estou falando que ela derrete o meu coração sempre. Seus bracinhos pequenos me abraçaram pelo pescoço e eu beijei seus cabelos loiros, da cor dos cabelos de sua mãe.
- Então vamos! Irei fazer o melhor café da manhã do mundo. - levantei-me, usava apenas uma calça de pijama e sem uma camisa, afinal sempre dormi assim.
Esperei ela pular em minhas costas, e quando isso aconteceu, ajeitei seu corpinho para que ela não caísse. Fomos caminhando pelo apartamento bem organizado, enquanto eu fingia que era um avião, balançando meu corpo, consequentemente balançando o seu, a fazendo gargalhar.
Quando chegamos na cozinha, estilo cozinha americana, um fato desse prédio era que todas as cozinhas eram assim, coloquei Marcela sentada na bancada para que pudesse preparar o café da manhã. A verdade era que eu podia muito bem limpar a casa, mas cozinhar era algo que não combinava comigo. Então, desbloqueando meu celular, procurei no Google como se faz panquecas, sabendo que minha filha gostava. A receita não me parecia muito difícil, e como havíamos feito compras esses dias, acredito que temos todos os ingredientes. Saí a procura dos mesmos pelos armários da cozinha, achando-os depois de muito custos. Eu realmente não sei onde fica nada aqui, Olga está fazendo falta.
Olhando na receita, panquecas de chocolate, escolhas de Marcela, despejei o leite no liquidificador, para que eu pudesse bater com os outros ingredientes, e assim fiz, quebrando um ovo, como estava na receita e também uma colher de manteiga. Como seria para nós dois, dupliquei a receita. Puxei o fio para que pudesse ligar o liquidificador, na mesma bancada onde Marcela estava e tinha uma tomada. Me virei para pegar a tampa no outro armário e também para dar uma lavada nas mãos, não sabia que quebrar um ovo era tão difícil assim.
- Agora é só apertar aqui! - escutei a voz doce da minha filha, e quando me lembrei que o liquidificador estava sem tampa, todo o líquido dentro do mesmo estava espalhado pela bancada e na pestinha que era minha filha. Paralisei onde estava, com a boca aberta vendo todos os ingredientes derramados, enquanto minha filha gargalhava sem parar por isso. Eu simplesmente não conseguia ficar bravo.
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Flashlight ● adaptação Murilia
Romansa⚠️ATENÇÃO: esta história é uma adaptação!⚠️ Uma proposta irrecusável para salvar a vida de seu irmão é o suficiente para que Marília Mendonça, uma fotógrafa destemida, conheça Murilo Huff, um jovem policial que teve seu coração partido inúmeras veze...