5 ➨ Nobody Said It Was Easy

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(Marília's POV)

- Hoje você vai ficar na sala das crianças de sete à nove anos, Lila. São os mais sorridentes, creio que irão amar ter uma fotógrafa para tirar foto deles. - Maiara disse, chegando ao meu lado, usando o seu jaleco branco e luvas da mesma cor.

- Estou ansiosa para vê-los. Os de ontem eram adoráveis. - respondi, com um sorriso quase maior que o rosto.

- Não sabe o quanto tá sendo importante você aqui, Lila. Estávamos querendo a tempos uma pessoa que alegrasse ainda mais as crianças daqui. Elas não podem ter uma vida social, amigos e nenhum entretenimento além das salas de brinquedo. Ter você por aqui tirando fotos, alegrando as crianças com isso, é gratificante. Além de ficarmos felizes por te ajudar com o tratamento de João, saiba que você também está ajudando as crianças aqui da clínica. - ela disse, olhando-me com um sorriso orgulhoso e meu sorriso aumentou, se é que era possível.

- Eu sempre amei crianças, vir aqui fotografa-las me deixa extasiada. Agradeço muito por tudo que vocês estão fazendo por mim. - acariciei seu ombro e ela pôs sua mão em cima da minha, acariciando a mesma.

- Me acompanhe, Lila, vou te levar até às crianças. - ela segurou minha mão para que pudesse me levar até a sala e eu segurei firme minha câmera com a outra mão.

Essa clínica é especializada em crianças com algum tipo de doença, então em cada andar haviam crianças de certas idades e com certas doenças. O objetivo daqui é que as crianças se sintam acolhidas e podendo ter companhias de outras crianças que passam pelo mesmo. Cada enfermeiro daqui cuida de uma sala, que é espaçosa e com áreas de brincadeiras. O trabalho daqui é simplesmente incrível e muito bonito. Quando eu encontrei o site que dizia sobre pessoas que precisassem de ajuda com o dinheiro do tratamento, e descobri mais sobre esse lugar, soube que esse era o caminho certo. O pessoal daqui ajuda com o tratamento, cuidando do paciente, mas eu não pude trazer o João, porque ele não pode viajar de avião sem a confirmação do hospital lá no Brasil, e eu não tive essa confirmação. Como eu já disse anteriormente, a doença do meu irmão é coberta por altos e baixos, então era muito arriscado colocá-lo numa máquina voadora por horas. Eu fiquei decepcionada por isso, mas entrei em contato com Maiara, dona e fundadora da clínica, e ela me afirmou que eu poderia vir sozinha, e tirar fotos das crianças, brincar com elas e me tornar uma cuidadora de algumas, ela iria me ajudar com o dinheiro do tratamento do meu irmão. Ela é um anjo sem asas, com toda a certeza.

Caminhávamos até o terceiro andar, onde as crianças estariam em salas para as fotos do segundo dia. Ontem eu havia tirado fotos das crianças mais velhas, de dez aos doze anos e havia sido uma experiência incrível. Conversei muito com elas e anotei várias coisas também, é um aprendizado incrível, porque aprendemos muito como cada criança se sente com o tratamento.

Os corredores aqui, mesmo com toda a tristeza de lutar contra a doença, são muito colorido e feliz, para que as crianças se sentissem bem. Nas paredes dos corredores, haviam vários quadros pendurados com fotos de algumas crianças daqui que venceram as doenças, como incentivo para que as outras crianças continuem lutando e não desistam. Além de vários trabalhinhos, como desenhos e coisas do tipo, que as crianças faziam. Fora algumas cuidadoras de crianças com algum tipo de deficiência, que passavam com elas pelos corredores, animando-as pelo caminho. O sorriso em meu rosto era constante e meus olhos enchiam de lágrimas pela emoção, ontem eu havia sentido o mesmo e sei que irei sentir por todo ano. Ainda estamos em janeiro, Marília, se acalma que tem muito pela frente.

Chegamos no andar desejado e agora caminhávamos até a salinha, onde encontraríamos as crianças. E assim que chegamos, Maiara abriu a porta, revelando todos sentadinhos, enquanto pintavam desenhos em papéis brancos.

Flashlight ● adaptação MuriliaOnde histórias criam vida. Descubra agora