36 ➨ I Think I Wanna Marry You

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(Marília's POV)

Havíamos acabado de almoçar em um restaurante perto de nossa casa, e Murilo logo nos levava até o lugar escolhido por Maiara para passarmos um dia inteiro cuidando de nossos cabelos, unhas e maquiagem.

Ficaríamos Marcela e eu por lá, enquanto Murilo estaria com Gustavo, para o ajudar com tudo antes do casamento, que seria em algumas horas.

Por mais calma que eu fosse mostrar estar, na verdade, nada estava tão calmo assim. Afinal, havia chegado finalmente o grande dia, e Mai estava uma pilha de nervos, e extremamente nervosa.

Tentávamos de tudo para acalmá-la, mas toda vez que a morena lembrava-se do que iria acontecer dentre de algumas horas, um estado emocional de surto a pegava por completo.

Estava sentada em frente à ela, enquanto meus cabelos eram levemente puxados pelo babyliss, e minha cabeça estava tombada para trás, fazendo-me encarar o teto branco acima de mim.

Maiara estava da mesma forma, porém, seu penteado seria bem mais elaborado, e demoraria mais tempo que o meu. Já que havia preferido algo mais simples, por não gostar muito de exageros.

Além de mim, algumas outras meninas da clínica também estavam presentes e ocupavam as cadeiras do salão em que estávamos. Uma conversa agradável e viciante havia sido puxada por uma delas, e todas falávamos daquilo sem parar.

Marcela estava ao meu lado, enquanto uma das moças que trabalhavam no local, passava o esmalte em seus dedinhos dos pés. Minha menina estava quietinha esperando que a mesma terminasse, enquanto seus olhinhos estavam presos em uma revista em quadrinhos que estava em seu colo.

Ela não sabia ler, mas mesmo assim, se interessava pelas gravuras.

De vez em quando, eu a olhava, para saber se estava tudo bem. Já que o instinto protetor costumava estar bem presente em mim nos últimos dias.

- Está bom essa cor? - a senhorinha perguntou à ela, que tirou os olhos das gravuras, para olhá-la.

A pequena olhou para os próprios pés, sorrindo quando notou o esmalte brilhoso que cobria suas unhas pequenas. Assentiu freneticamente quanto a pergunta.

- Ela é uma graça. Você está de parabéns! - a moça elogiou-me.

- Muito obrigada, - sorri, agradecida. - mas creio que os créditos vão para o meu namorado.

Sabia que ela não havia entendido muito bem, mas mesmo assim, nada disse.

Olhei novamente para a morena à minha frente, notando a forma como seus pés batiam compulsivamente contra o chão, definitivamente nervosa.

- Será que você pode se acalmar? - meu tom era divertido. - Desse jeito, irá furar o chão!

- Eu estou em um estado de nervos, Lila. Ao menos consigo respirar. - ela levantou a cabeça para me olhar, mas logo foi obrigada a abaixar novamente para que continuasse sendo feito seu penteado.

- Você tem que se acalmar, tá legal? - a mesma suspirou. - Sei o quanto esse momento é importante, mas se continuar assim, você irá enfartar antes de chegar a grande hora.

Ela realizou o sinal da cruz, e eu ri de seu ato, vendo a forma desesperada com que ela pegou o copo d'água oferecido por um menino que trabalhava no salão.

-Ela está tendo um ataque de nervos. - sua mãe se fez presente, e nós olhamos para a porta de entrada onde a mais velha havia aparecido. - Mamãe está aqui para te ajudar, querida.

- Mãe, por favor, me ajude!

A mais velha soltou apenas uma risada nasal, sentando-se em frente à filha.

Flashlight ● adaptação MuriliaOnde histórias criam vida. Descubra agora