39 ➨ Let Me Walk Upon The Waters

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Aviso: esse capítulo pode conter gatilhos, pois seram retratados momentos sobre quimioterapia. caso não se sinta bem ao lê-lo, pule-o; entretanto, quero que entendam que ele é muitíssimo importante para o decorrer da história.

[12/12]

5 de Abril de 2018.

Ela estava exausta. Seu corpo inteiro clamava por sua cama macia e por um bom banho.

Voltava da faculdade montada em sua bicicleta, pedalando em direção à casa que morava desde nova, esperando pela sopa quentinha que sua mãe preparara, e pelo conforto de seu lar.

O céu estrelado a contemplava, enquanto as luzes da cidade de Goiânia reluziam o belo rosto da jovem. Ela sempre costumava se distrair com tudo ao seu redor.

Sua imaginação sempre fora algo que chamava a atenção de muitas pessoas, principalmente das pessoas que lhe eram próximas.

Ao encontrar a frente da casa amarela, ela suspirou em alívio, pedalando mais rápido que pôde, até que tivesse acesso ao portãozinho, descendo da bike para que destrancasse o cadeado com a chave que lhe foi dada aos dezoito anos.

Lhe foi dado o acesso, e a brasileira logo abrira o portão, empurrando sua bicicleta pelo guidão, até que entrasse por completo no quintal da casa. Trancou o portão atrás de si, desligando a luz do quintal quando passou pelo interruptor.

Encostou sua bicicleta na parede de pedras ao lado do portão, e destravou o capacete em seu queixo, tirando-o por completo e o pendurando no automóvel.

A única luz da propriedade, vinha da pequena casa de apenas um andar, onde a porta da frente estava aberta, por saber que a filha mais velha logo estaria de volta.

Dona Ruth estava de costas para a porta, enquanto provava um pouco da sopa que havia feito, tentando decidir se estava, ou não, com tempero suficiente.

Despertando-a de suas dúvidas, Marília passou pela porta, inspirando o cheiro delicioso que vinha do cômodo.

- Esse cheiro é maravilhoso. O que está preparando aí? - ela comentou, sorrindo para a mãe, enquanto se aproximava para deixar um beijo em seu rosto.

A mais velha retribuiu o carinho da filha, abraçando-a com saudade.

- Uma sopa deliciosa que sua avó sempre me preparou.

Satisfeita com a resposta, Marília assentiu.

- Como foi o dia na faculdade? - a questionou, curiosa.

Marília suspirou fundo, retirando o casaco que cobria seus braços, pendurando-o no gancho ao lado da porta, enquanto se livrava dos seus tênis, pisando nos calcanhares.

- Cansativo, bem cansativo. Mas foi divertido, hoje aprendemos uma nova técnica de fotografia, e eu não vejo a hora de aprimorá-la logo.

- Creio que terá a chance. Principalmente quando um verdadeiro modelo lhe espera lá no quarto.

Entendendo de quem se tratava, Marília sorriu de canto à canto, se esquecendo de um mero detalhe.

- Seu irmão está lá no quarto brincando, está esperando por você. - a Dias mais velha disse, sorrindo, enquanto voltava à sua sopa, sentindo que faltava algo especial.

Marília deixou a cozinha, seguindo caminho pelo corredor escuro, em busca do quarto da porta de madeira. Ao ter a maçaneta sobre suas mãos, ela a virou, voltando à visão quando a luz do quarto se mostrara.

Flashlight ● adaptação MuriliaOnde histórias criam vida. Descubra agora