41 ➨ I Remember All Too Well

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(Narrador's POV)

Avistando a fachada da delegacia, um suspiro pesaroso e completamente aliviado deixou seus lábios de forma que sentiu seus ombros corresponderem ao seu ato, relaxando sobre o encosto do banco passageiro.

Iago entreolhou-o pelo canto dos olhos, sem saber ao certo o que dizer. Apesar de terem prendido o criminoso, ainda assim, Luan mantinha uma expressão completamente derrotada em sua feição.

Não era tão próximo de Santana para que lhe perguntasse se algo havia acontecido e, não sabia se seria intrometido ou não, se lhe perguntasse se estava bem.

- Vou avisar ao meu pai que conseguimos. - pronunciou, quebrando o silêncio. - Se importa?

Como resposta, o argentino apenas balançou a cabeça. Suspirando, o colombiano assentiu, abrindo a porta e saindo do veículo.

Encontrando-se sozinho, Luan bufou e bagunçou os cabelos nervoso. Naquele momento, só queria as palhaçadas de Gustavo e o jeito sério de Murilo; e lamentou-se pelo dia péssimo que estava tendo.

Ele não estava tão surpreso quanto à decisão da Sonza, mas ainda assim, era algo que o deixava pensativo. Desde o fim de semana passado, onde ela disse que naquele momento, estava decidida que iria focar em seus objetivos e que um relacionamento não seria algo que lhe ajudaria nisso.

Por mais que entendesse e obviamente demonstrou todo seu apoio no que a mulher disse, havia ficado balançado. De alguma forma, sentia algo especial por ela; e esperava que ela fosse feliz e que se isso fosse o melhor, estava total de acordo. Ainda poderiam ser amigos e era isso que importava.

Entretanto, havia algo que ainda o incomodava e com essa duvida, ele franziu a testa. E, ao fazê-lo sentiu a dor absurda perto de sua sobrancelha.

Soltou um grunhido de dor, levando seus dedos ao ferimento e encontrou sangue. Derrotado, soube que era a hora de sair do veículo, para que cuidasse disso na área médica do quartel.

Todavia, sentiu que não era a melhor das decisões, quando, assim que saiu da viatura, a dor terrível lhe abarrotou quando pisou no chão. Sua perna direita doía sem parar, então, atendo sua realidade, ele seguiu mancando até seu local de trabalho.

Alguns dos seus parceiros preparavam-se para ir embora e ele seguia direção contrária da que todos iam; e, ao encarar a porta branca, não tardou em abri-la.

Ao escutar o barulho, a mulher de costas, preparando para guardar os medicados recém usados, virou-se e suas sobrancelhas juntaram em confusão.

- Santana? - indagou, um tanto quanto surpresa.

O homem não era muito de se machucar e costumava ver mais o Mioto.

- Boa tarde, Ana. - murmurou, mancando até onde haviam alguns bancos para os policiais se sentarem e serem consultados.

A fisgada de dor lhe abateu assim que se sentou sobre o estofado vermelho vinho.

- Boa tarde. - simpática, abriu um sorriso mínimo e aproximou-se para averiguar o problema. - O que aconteceu com você?

- Fomos atrás de um bandido não muito amigável. - ironizou e ela riu pelo nariz. - Minha perna direita está doendo pra caramba e minha testa também.

- É, consigo ver. - mirou os olhos castanhos no machucado do rosto. - Vou fazer um corte em sua calça para vermos o problema, certo? - ele logo consentiu.

A Matos afastou-se do argentino, procurando por seus utensílios de trabalho. Entretanto, seus olhos interviam no que pegava e no rosto do homem sentado, que se moldava em expressões irritadas e distintas do que costumava ver quando se esbarravam na hora do almoço.

Flashlight ● adaptação MuriliaOnde histórias criam vida. Descubra agora