- Quinze minutos para a meia-noite.
Sorrio, ainda encarando as ondas e sentada entre as pernas de Murilo. Ele se inclina à frente para apoiar o queixo no meu ombro enquanto suas mãos descansam nas minhas coxas, apertando-as o tempo inteiro como se fosse um direito natural dele.
- Eu amo a virada de Natal. Eu sempre fico nostálgica e emotiva... Não sei de onde vem isso. - assumo, passando o polegar pela pulseira vermelha em seu pulso e fechando os olhos com os beijos suaves no meu pescoço. - Onde está Marcela?
- Brincando com João Gustavo. Aliás, ele ainda está bravo com você.
Encosto-me mais ao peito dele, apoiando o peso.
- Por quê? - pergunto baixo, esticando as pernas para poder tocar um pouco da areia molhada com as pontas dos dedos.
Nossa família e amigos estão um pouco atrás de nós, na área central da praia, comemorando e esperando dar meia-noite para o Natal vir à tona e poderem, enfim, abrir os presentes. Nossas diferenças de cultura destilando suas evidências, mas eu consegui convencê-los da tradicionalidade de ser feito dessa forma. Murilo e eu preferimos nos isolar após dançar juntinhos alguma música nova do James Arthur, a qual o Huff se rendia vez ou outra e sussurrava alguns trechos no meu ouvido.
Encontramos um canto na areia, ao lado de um pequeno rochedo, em que as luzes não alcançam e ninguém pode nos ver, embora possamos vê-los; até porque precisamos ficar de olho em Marcela.
- Porque você estragou a paixonite dele.
- Mentira.
- Verdade. - ele prossegue com os beijos em meu pescoço e percorre o nariz pelo meu maxilar, cheirando minha pele sutilmente. - Você literalmente disse para aquela garotinha que ele conheceu no Luau para parar de fazer desenhos para ele, porque ele não vai namorar até ter dezoito.
- Eu não disse assim... dessa forma, amor.
- Hum, ok. Foi mais como ''você pode, por favor, ficar longe do meu irmão imaculado?''. No fundo, você quer até que eu volte no tempo e fique longe de qualquer pessoa. Incluindo você.
Sinto sua risada vibrar pelo seu peito contra minhas costas e eu dou risada junto, sabendo que ele ainda está dando risadinhas ao beijar meu ombro, minha bochecha e minha têmpora. Enquanto ficamos em silêncio, tomo um pequeno gole de vinho direto da garrafa que pegamos na cozinha do hotel sem ninguém ver, e sorrio espontaneamente por causa desse momento.
Me pego pensando se suportaria viver sem isso... Sem a presença dele.
O mar é barulhento em frente a mim e, por outro lado, Murilo é suave, tranquilizante. Estou cercada por ondas violentas, enquanto o amor da minha vida consegue neutralizar simplesmente com a presença. É como chegamos até aqui, nós sempre estaremos com uma bandeira branca em mãos se isso significar neutralizar a violência e a guerra em nossos interiores.
Ele é o meu pedido de paz e a certeza da minha estabilidade por mais que eu mesma insista em tentar trazer tudo abaixo quando sinto que preciso do caos para me sentir viva.
- O que você pensou quando me viu pela primeira vez? - indago baixinho, quase como se eu estivesse com vergonha da pergunta.
- Quem era a maluca que aparentava ter mais de vinte anos e tinha um boneco do Capitão América.
Sua gargalhada é gostosa de ouvir, preenchendo o espaço em nossa volta, não me seguro em acompanhá-lo.
- Sem julgamentos. Ele era ótimo para dormir abraçado! - defendo meu ponto e mordo seu braço ao meu redor somente de implicância. Ele entrelaça nossos dedos antes de responder verdadeiramente:
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Flashlight ● adaptação Murilia
Romansa⚠️ATENÇÃO: esta história é uma adaptação!⚠️ Uma proposta irrecusável para salvar a vida de seu irmão é o suficiente para que Marília Mendonça, uma fotógrafa destemida, conheça Murilo Huff, um jovem policial que teve seu coração partido inúmeras veze...