14 ➨ It Feels Like There's Oceans

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(Marília's POV)

Dei três batidas na porta de madeira. Meu coração estava à mil. Vi a porta se abrir e arregalei os olhos involuntariamente. Sim, eu sou a única pessoa da face da Terra, que bate numa porta sem esperar que ela seja aberta. Sorri quando a pequena correu até mim, abraçando minha perna, e eu me abaixei para que chegasse em sua altura e a apertei em meus braços, reparando na roupinha que ela estava, achando uma graça o tênis pequeno que cobria seus pezinhos.

- Oi, meu amor, pronta para o filme? - perguntei, ainda segurando-a firme em meus braços, olhando para o seu rosto, que me demonstrava o quão animada a mesma estava em relação ao nosso passeio até o cinema.

- Pronta! - afirmou, mostrando-me a bolsinha pequena, em que a alça atravessava o seu pescoço. Mostrou-me também, em formato de um biquinho fofo, o protetor labial, que mais parecia um brilho, que cobria sua boca. Fora os seus cabelos presos em uma traça embutida, com um lacinho ao fim. Murilo era extremamente bom em vestir a filha. Falando nele, meu olhar foi até onde ele estava, parado na porta, observando nós duas abraçadas.

- Oi, Murilo - murmuro no tom mais amigável possível.

- Oi, Lila - ele disse, quase no mesmo tom, mas percebi que no dele, havia uma pontada de vergonha.

- O filme começa em uma hora, deve acabar por volta das quatro horas. Trago ela antes das seis, ok? - confirmei direitinho qual era o meu plano, não querendo ter problemas justo no primeiro dia em que a levaria para sair.

- Claro. Sem problemas. - ele sorriu de lado, aproximando-se um pouco de mim para deixar um beijo nos cabelos da filha, mas essa proximidade causou-me um certo calafrio. - Se comporta, princesa. Respeite e escute a tia Lila, tá bom?

- Tá bom, papai! - ela afirmou animada, abraçando o homem mais velho também, mas logo depois voltou a contornar meu pescoço com seu bracinho.

- Nos vemos mais tarde. - afirmei e ele assentiu, nos olhamos por alguns segundos e eu me virei para caminhar com Marcela até a escada, escutando a porta ser fechada atrás de nós.

Marcela e eu íamos correndo até a bilheteria, graças ao trânsito que estava agarrado desde mais cedo. Hoje é sábado, não sabia que todas as pessoas de Buenos Aires, iam lotar as ruas, sem mais nem menos.

Segurava firme a mão da pequena, caminhando até a bilheteria, e comprando os ingressos para o filme infantil que havíamos combinado de assistir desde quinta-feira. Marcela estava animada, tagarelando sobre o quanto queria ver esse filme e eu estava achando uma graça.

Comprei o balde de pipoca com manteiga e duas caixinhas de suco de uva, entregando uma delas para Marcela.

Entramos na sala que o segurança comandou, depois de ter-lhe entregado os ingressos. Optamos por escolher as cadeiras do fundo, sabendo que as debaixo não eram nenhum pouco confortáveis. Marcela pulava as escadas, enquanto eu vinha atrás, segurando o balde de pipoca, tentando me locomover pelo cinema escuro, onde só as luzes vermelhas faziam-me enxergar o caminho até a poltrona escolhida pela pequena.

Nos acomodamos, enquanto eu segurava a pipoca em meu colo, ajudando Marcela a furar o buraquinho para encaixar o canudinho de papel, na sua caixinha de suco.

Gargalhamos quando ela apertou a caixinha sem querer, derramando um pouco de suco na mesma. Tirei meu celular da bolsa que havia trago, querendo registrar o momento com uma foto nossa. Posicionei o celular em nossa frente, e Zoe sorriu para que a primeira foto fosse tirada, bati mais quatro, onde fazíamos algumas caretas, sorríamos e beijávamos a bochecha uma da outra. Ok, concordo que ela beijando minha bochecha é um nível mais alto de fofura, e tendo isso em mente, publiquei nos stories justamente essa.

Flashlight ● adaptação MuriliaOnde histórias criam vida. Descubra agora